Recentemente, o mundo foi abalado pelo assassinato brutal de um católico de 42 anos, Afzal Masih, que foi morto a tiros enquanto participava de uma peregrinação na Arquidiocese de Lahore, Paquistão. Paul Jacob Bhatti, presidente da associação Missão Shahbaz Bhatti, expressou sua profunda tristeza e preocupação com a escalada da violência religiosa no país, ressaltando a necessidade de reformas sociais e educacionais urgentes.
Um assassinato chocante
O crime, cometido por jovens extremistas, ocorreu no dia 7 de setembro, quando os atacantes abriram fogo ao notarem o crucifixo que Masih usava. “Ele foi morto por alguns jovens que acreditam firmemente que matar cristãos é uma coisa boa”, lamentou Bhatti. Além da fatalidade de Masih, o ataque também deixou um primo menor de idade ferido, ampliando ainda mais a tragédia dessa situação.
A proliferação do extremismo religioso
A violência contra os cristãos no Paquistão não é um evento isolado, mas parte de uma tendência alarmante que vem se acentuando ao longo dos anos. Bhatti, que já foi testemunha de inúmeras atrocidades semelhantes, falou sobre a grande preocupação em relação ao crescimento populacional descontrolado de seu país, que carece de reformas sociais sérias e válidas. Segundo ele, esse cenário tem fomentado o extremismo não apenas entre os cristãos, mas também entre as diversas seitas religiosas que coexistem no Paquistão.
Conflitos internos entre seitas
Bhatti observa que muitas doutrinas e seitas, inclusive entre os muçulmanos, têm se desenvolvido e entrado em conflito entre si. Esse extremismo religioso é alimentado por uma doutrinação forte, que tem se proliferado em contextos de vulnerabilidade social, especialmente entre crianças. “Muitas crianças pobres são levadas para escolas não oficiais das seitas, onde a comida e a bebida são usadas como pretexto para doutrinação”, explicou o presidente da Missão Shahbaz Bhatti.
Desafios enfrentados pelo governo paquistanês
O governo do Paquistão, reconhecendo essa dinâmica perigosa, tem se mostrado ciente das questões associadas ao extremismo religioso. No entanto, ações efetivas para combatê-lo têm sido insuficientes, em parte devido à instabilidade política e econômica do país. O foco do governo, segundo Bhatti, está atualmente na recuperação das feridas causadas pelas recentes inundações na região do Punjab, o que tem desviado recursos necessários para implementar reformas abrangentes.
A necessidade de reformas sociais e educacionais
As reformas que Bhatti considera essenciais incluem uma educação cívica e social que promova o respeito humano e a liberdade religiosa. Com a falta de recursos humanos e econômicos, a implementação dessas reformas se torna uma tarefa árdua. A sociedade paquistanesa, segundo Bhatti, carece urgentemente de um novo olhar sobre a educação, que deve ser vista como chave para combater a doutrinação e a violência.
Reações e esperanças por um futuro melhor
Após o assassinato de Afzal Masih, o governo paquistanês por fim tomou algumas medidas, embora Bhatti acredite que os resultados levarão tempo para serem percebidos. “O objetivo ainda é um Paquistão onde todos possam viver sem problemas. Porém, isso requer ações concretas e compromissos reais”, enfatizou ele.
O caso de Afzal Masih serve como um lembrete cruel da necessidade de ações mais firmes e eficazes para proteger os direitos das minorias religiosas e promover a harmonia entre as diferentes comunidades no Paquistão. Enquanto a dor e a consternação pela sua perda ainda ecoam nas comunidades religiosas, a esperança por um futuro onde a liberdade religiosa seja respeitada e a paz seja a norma continua a ser um desejo fervoroso entre aqueles que acreditam em um mundo mais justo e igualitário.