Brasil, 13 de setembro de 2025
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O que mais preocupa os médicos sobre a Covid atualmente

Infectados aumentam, acesso às vacinas fica confuso e hospitalizações crescem com o inverno chegando, alertam especialistas.

A pandemia de Covid-19 ainda representa uma ameaça crescente, com aumento de casos em várias regiões do país e acessibilidade às vacinas cada vez mais restrita, alertam médicos e especialistas em saúde. A combinação dessas variáveis preocupa profissionais que temem que o quadro se agrave nesta temporada de temperaturas mais baixas.

Vacinação mais difícil devido às regras confusas

Embora no ano passado a vacina estivesse disponível para todos a partir de seis meses de idade, as restrições atuais restringiram a elegibilidade a idosos acima de 65 anos e a pessoas mais jovens com condições de saúde específicas, como doenças pulmonares e asma. Essa mudança, aliada às variações estaduais nas regras, tem causado confusão e medo na população, segundo especialistas.

“É uma verdadeira bagunça. Com critérios restritivos e regras diferentes de estado para estado, a busca pela vacina virou uma caça ao tesouro confusa e frustrante”, afirma a médica Oni Blackstock, diretora executiva da Health Justice. Alguns estados, como Nova York, permitem que qualquer residente tome a vacina independentemente da elegibilidade, enquanto outros exigem prescrição médica, dificultando ainda mais o acesso. Além disso, algumas farmácias não oferecem mais a vacina devido à desorganização.

Risco aumentado para crianças menores de 2 anos

Para os pediatras, a principal preocupação recai sobre as crianças com menos de 2 anos, que continuam com acesso limitado à vacina. “Essas crianças ainda correm risco de doenças graves, hospitalizações e até necessidade de ventilação mecânica em casos severos”, destaca a doutora Anita Patel, especialista em cuidados críticos pediátricos. Apesar de a vacina Moderna estar disponível para crianças com condições de risco, a imunização de crianças sem comorbidade ainda não está prevista nas recomendações atuais.

Long COVID e a importância da vacina

Os especialistas reforçam a eficácia das vacinas na prevenção de complicações de longo prazo, como o long COVID, que causa fadiga, dores no peito, dores de cabeça e dificuldades respiratórias por semanas ou anos após a infecção. “Vacinar-se é a melhor forma de evitar sequelas debilitantes e prevenir quadros graves”, explica a médica Patel. Contudo, a confusão e a hesitação podem levar a um aumento nos casos de long COVID.

Desigualdade no acesso às vacinas

Outro problema apontado pelos profissionais é a desigualdade de acesso, reforçada pela exigência de prescrição médica em alguns Estados. “Muitas pessoas não possuem um médico de cabeceira, estão sem cobertura de saúde ou são subatendidas, o que piora ainda mais as disparidades de saúde”, afirma o Dr. Eric Burnett. Essa situação pode resultar em níveis mais altos de infecções e complicações em comunidades vulneráveis.

Impacto no sistema hospitalar nesta temporada de frio

Com a chegada do inverno, há preocupação de que os hospitais fiquem sobrecarregados devido ao aumento de doenças respiratórias, incluindo casos de Covid. “Já estamos vendo mais visitas às emergências e a situação tende a piorar”, relata Burnett. A combinação de doenças sazonais e dificuldades no acesso às vacinas deve agravar o quadro, dificultando o atendimento hospitalar e influenciando na saúde pública.

Especialistas alertam ainda que a interrupção na rotina de cuidados de saúde durante a pandemia deixou muitas pessoas com sequelas de doenças crônicas, o que aumenta a demanda por atendimentos de urgência. “O impacto da Covid na saúde do país vai muito além dos números de casos e mortes; estamos lidando com as consequências de uma crise que ainda não acabou”, conclui Burnett.

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