Brasil, 14 de setembro de 2025
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O que mais preocupa os médicos sobre a Covid-19 atualmente

Infectados, vacinas restritas e dificuldades de acesso aumentam os riscos durante o inverno, alertam especialistas sobre o cenário da Covid-19

Com o aumento dos casos de Covid-19 em várias regiões e regras de vacinação cada vez mais confusas, médicos alertam para os principais riscos e desafios enfrentados pela saúde pública neste momento. A combinação de restrições, baixa adesão às vacinas e clima frio aumenta as preocupações de que o controle da doença se torne ainda mais difícil na temporada de inverno.

Vacinação mais difícil e regulamentações confusas

Em 2022, todas as pessoas a partir de seis meses de idade podiam tomar a vacina contra a Covid sem restrições. Porém, neste ano, as regras se tornaram mais restritivas, limitando a imunização a idosos acima de 65 anos ou a jovens com condições de saúde específicas, o que criou um cenário confuso e disperso por estados diferentes.

Segundo a médica Oni Blackstock, diretora de uma consultoria de equidade em saúde, essa mudança gera um “caça ao tesouro” para quem busca se vacinar. “Alguns estados, como Nova York, permitem que qualquer pessoa tome a vacina, mesmo sem cumprir as regras do FDA, enquanto outros, como Geórgia e Luisiana, exigem prescrição médica”, explicou à HuffPost. A situação faz com que muitas farmácias deixem de oferecer a vacina, e a desinformação só aumenta a hesitação da população.

Risco aumentado para crianças e populações vulneráveis

Especialistas, como a pediatra Anita Patel, preocupam-se especialmente com as crianças menores de dois anos, que ainda têm acesso limitado à vacina. “Esses pequenos, especialmente os com condições de risco, podem sofrer consequências graves, como hospitalizações em unidades de terapia intensiva ou necessidade de ventilação”, destacou.

A vacinação de crianças com mais de seis meses e condições específicas ajuda a prevenir doenças graves, mas a baixa cobertura vacinal entre o público infantil ainda é uma preocupação. “Proteger as crianças contra o vírus evita hospitalizações e casos de longo prazo, como o long COVID”, afirmou Patel.

Hesitação e o risco de long COVID

Estudos indicam que a vacinação reduz significativamente as chances de desenvolver o longo COVID, uma condição debilitante que provoca sintomas persistentes, como fadiga, dores de cabeça e dificuldades respiratórias, meses ou anos após a infecção.

Para Patel, a confusão em torno das regras de imunização pode aumentar a hesitação, levando mais pessoas a optarem por não se vacinar e, assim, aumentarem os riscos de complicações a longo prazo, incluindo problemas de coagulação e AVCs.

Disparidades no acesso à vacinas

O requisito de prescrição médica em alguns estados cria uma desigualdade no acesso às vacinas, agravando as disparidades sociais e de saúde já existentes. Dr. Eric Burnett ressalta que muitas pessoas não possuem um médico de confiança ou são vulneráveis por estarem sem planos de saúde, o que aumenta o risco de sequelas ou agravamento da doença devido à falta de imunização.

Hospitais e o aumento de casos na temporada de inverno

Com a chegada do frio, há preocupação de que os hospitais fiquem sobrecarregados por casos de Covid, gripe e outras doenças respiratórias. Burnett observa um aumento nas visitas às emergências e alerta que a pandemia deixou uma carga de doenças crônicas e problemas de saúde não tratados, dificultando o atendimento.

Ele destaca que o sistema de saúde já enfrenta dificuldades, e a confusão nas regras de vacinação e a baixa cobertura podem agravar o cenário, afetando toda a sociedade. “O impacto na assistência médica vai além dos pacientes com Covid, afetando quem precisa de atendimento por acidentes ou problemas de saúde não relacionados”, completou.

A manutenção de uma alta demanda nos hospitais neste período pode criar longos tempos de espera e reduzir a capacidade de resposta diante de novas ondas da doença ou outras epidemias.

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