Brasil, 13 de setembro de 2025
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O impacto da geração Z: violência e desafios sociais

Artigo analisa a crescente aceitação da violência entre jovens e os fatores que influenciam essa realidade.

A geração Z tem enfrentado muitos desafios sociais e emocionais nos últimos anos, e isso se reflete em tendências alarmantes de aceitação da violência entre os jovens. Recentemente, a pesquisa da Foundation for Individual Rights and Expression e College Pulse revelou que 34% dos estudantes universitários consideram aceitável o uso da violência para silenciar opiniões contrárias. Este número representa um aumento significativo de 10 pontos percentuais em relação aos últimos quatro anos.

A aceitação da violência na geração Z

Além de indícios preocupantes de aceitação da violência, a geração Z, composta por jovens com idades entre 18 e 26 anos, apresentou um aumento na disposição para justificar atitudes violentas em um contexto político. Estudos indicam que esses adolescentes e jovens adultos estão mais dispostos que as gerações anteriores a ver a violência como uma resposta aceitável às suas frustrações e desilusões.

Uma pesquisa conduzida pelo professor de ciência política Kevin Wallsten revelou que não há diferença significativa entre as atitudes de jovens que frequentam a universidade e aqueles que não frequentam. Isso sugere que fatores externos, além do ambiente acadêmico, podem estar moldando esses comportamentos. Segundo Wallsten, gerações passadas também enfrentaram influências ideológicas, mas não foram levadas a adotar a violência como uma solução.

Fatores contextuais que contribuem para a violência

Um dos principais fatores que explicam essa mudança de mentalidade é a forma como a geração Z foi socializada. Essa geração cresceu com a internet e as redes sociais, o que impactou suas interações sociais e desenvolvimento emocional. Estudos têm mostrado que a falta de interação presencial está diretamente ligada a déficits de empatia, autoconfiança e maiores índices de depressão e ansiedade.

Além disso, muitos jovens foram ensinados a se verem como representantes de identidades coletivas em vez de indivíduos autônomos. Isso pode levar a uma sensação de vulnerabilidade, onde desafios e adversidades são percebidos como ameaças pessoais e não como oportunidades de crescimento. Com esse sentimento de impotência, a violência se torna uma forma de expressão de frustrações reprimidas.

O papel do ambiente social e educacional

O ambiente social em que os jovens estão inseridos também desempenha um papel fundamental nesse contexto. A cultura contemporânea valorizou a vigilância constante sobre as experiências emocionais dos jovens, levando muitos a uma dependência excessiva de suporte terapêutico e intervenções médicas. Quando os jovens se sentem incapazes de lidar com suas emoções ou desafios, acaba-se criando um ciclo onde a violência se torna uma via viável para expressar descontentamento e angústia.

Desafios impostos pela pandemia

A pandemia de Covid-19 agravou esses problemas ao causar uma interrupção significativa nas rotinas e interações sociais dos jovens. O isolamento social forçado e a migração para o ambiente virtual criaram um cenário onde muitos jovens se sentem desconectados e incapazes de desenvolver relações saudáveis. Uma vez que se tornaram adultos jovens com uma percepção distorcida da realidade, a educação e o ambiente acadêmico se tornam terreno fértil para uma ideologia radical.

Reflexões e implicações futuras

Os escritos deixados por alguns dos jovens que cometeram atos de violência frequentemente leem mais como diários pessoais distópicos do que como manifestos ideológicos. Essa observação sugere que suas ações são reflexos de vidas devastadas por uma série de fatores sociais, emocionais e políticos. Em vez de simplesmente rotular esses jovens como “violentos”, é crucial entender a complexidade de suas experiências e as pressões que enfrentam.

Compreender a verdadeira natureza da violência entre a geração Z e os fatores que a moldam é imperativo para desenvolver soluções eficazes. Abordar não apenas a violência em si, mas também as causas subjacentes que levam os jovens a esse desespero pode ser um passo crucial para promover um futuro mais saudável e equilibrado.

A geração Z meramente reflete as falhas de um sistema que não conseguiu proporcionar as ferramentas necessárias para que esses jovens naveguem adequadamente pelo mundo moderno. A transformação e a renovação são essenciais para evitar que essa geração se torne refém de suas próprias frustrações.

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