Desde março deste ano, um novo condomínio localizado no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, enfrenta um sério surto de mosquitos. O problema, que é agravado pela proximidade da estação mais quente do ano, já fez com que várias famílias buscassem ajuda da prefeitura, mas sem receber resposta até o momento. Moradores estão preocupados com a saúde de crianças e adultos, temendo as enfermidades que os insetos podem transmitir, como dengue e chikungunya.
A situação insuportável para os moradores
Glaucia Azevedo, esteticista e moradora do condomínio, conta sua frustração: “A gente veio morar aqui em março e desde então só piora. Sei que o Recreio tem surto de mosquito, mas aqui está insuportável. Já abrimos chamados junto à prefeitura e estamos aguardando, mas da forma que dá”. A preocupação é ainda maior por causa de seu filho pequeno, que já está sofrendo com picadas.
“Tenho um filho de 3 anos que está todo mordido de mosquito. E está chegando o verão: as doenças transmitidas por mosquitos podem ser devastadoras”, alerta Glaucia, refletindo a preocupação de muitos moradores.
Medidas de proteção dos moradores
Diante da situação, os residentes têm se adaptado com medidas caseiras para tentar se proteger. “Raquete e inseticida são itens de sobrevivência aqui no condomínio. É um condomínio bem tratado, a administração passa fumacê, mas parece que é enxugar gelo: passa e já volta de novo”, declarou Marcelo Santos, um analista de sistemas que reside no local.
A rotina na área comum do prédio tem sido desagradável. “A partir de 17h é impressionante. Começa a chover mosquito e a gente fica impossibilitado de ficar nessa área que a gente investiu para ter mais conforto. Olha a quantidade de mosquitos mortos no chão, vivos na parede, na porta, no teto”, continua Marcelo, enquanto tenta combater os insetos.
Origem da infestação
Os moradores acreditam que a origem da infestação está ligada a um canal que passa em frente ao condomínio, que, além de acumular água parada, também é um local de descarte de lixo e abrigos para jacarés. A professora Jussiara dos Santos, que já contraiu dengue, afirma: “Com certeza fui picada por um mosquito daqui”.
Ela descreve a situação como “desagradável e triste ao mesmo tempo”, ressaltando que se trata de um problema de saúde pública. “Temos um rio que não é tratado”, enfatiza, colocando em evidência a precária situação ambiental que contribui para a proliferação dos insetos.
Desespero e falta de resposta
Os moradores não conseguem treguas dentro de suas casas. “Nada que a gente faça adianta. Não conseguimos trancar a porta, a janela; eles entram por todos os espaços, o dia todo e à noite, a gente não consegue dormir. Eles ficam perto do ouvido fazendo zum-zum-zum”, lamenta Jussiara, que gostaria de ouvir a música de Gal Costa, homenageada na nomenclatura da rua, em vez do zunido incessante dos mosquitos.
Respostas das autoridades
A situação alarmante chamou a atenção das autoridades competentes. Em nota, a Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (Comlurb) revelou que realizou uma vistoria técnica e agendou serviços nas margens e no entorno do canal para a segunda quinzena de setembro. A Fundação Rio-Águas também se comprometeu a vistoriar o canal para verificar a necessidade de mais intervenções.
A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que agentes realizaram uma ação de prevenção a doenças transmitidas por mosquitos na região no dia 27 de agosto. No entanto, a ineficácia das medidas até o momento tem deixado os moradores frustrados e apreensivos com a chegada do verão, quando a incidência de tais doenças tende a aumentar.
Essa luta por soluções efetivas continua, enquanto os moradores permanecem na expectativa de uma resposta concreta que garanta sua saúde e qualidade de vida neste condomínio que deveria ser um lar seguro.