A Mixue, gigante chinesa de fast-food, chegou ao Brasil com uma estratégia agressiva de expansão. A marca, que atualmente possui mais de 53 mil lojas em diversos países, deve inaugurar sua primeira unidade no país no Shopping Cidade São Paulo, na capital paulista, ainda sem data oficial definida. O investimento previsto é de R$ 3,2 bilhões, e a expectativa é gerar até 25 mil empregos até 2030.
Estratégia de expansão e presença global da Mixue
Fundada em 1997 em Zhengzhou, na China, a Mixue começou vendendo raspadinhas em um carrinho de rua. Hoje, atua em 12 países além da China, como Austrália, Coreia do Sul, Filipinas e Malásia, consolidando-se como maior que McDonald’s e Starbucks em número de unidades na sua região de origem. A chegada ao Brasil faz parte de uma estratégia de crescimento mais agressiva, anunciada pelos executivos durante a visita do presidente Lula à China em maio.
Modelo de negócios baseado em franquias
O principal diferencial da Mixue é seu modelo de receita, que prioriza a venda de matérias-primas e suprimentos para franqueados. Assim, a maioria das lojas opera sob franquias, com a empresa atuando mais como fornecedora de ingredientes do que como vendedora direta de sorvetes e bebidas. Segundo Roberto Kanter, professor da FGV, esse esquema oferece vantagem competitiva ao setor, ao permitir uma cadeia de suprimentos verticalizada, diferente de gigantes como McDonald’s e Burger King.
Produtos e apelo junto ao público jovem
O cardápio da Mixue inclui sorvetes, bebidas à base de chá, limonadas e as famosas “bubbles” – bolinhas de sagu. Seus preços extremamente competitivos, muitas vezes abaixo de US$ 1, e uma estética vibrante voltada à geração Z ajudaram a marca a despontar globalmente. Sua comunicação divertida e acessível reforça essa conexão com um público jovem e consumidor de fast-food de preço acessível.
A presença no Brasil e desafios de adaptação
Embora ainda não haja uma data oficial para a inauguração, consumidores que frequentam o Shopping Cidade São Paulo já veem a fachada da loja em montagem. A entrada no mercado brasileiro levanta dúvidas sobre a adaptação ao paladar local, uma questão que, segundo especialistas, será crucial para o sucesso da marca—como ocorreu com o Starbucks, ao introduzir pão de queijo em sua estratégia inicial.
Luiz Guanais, analista do BTG Pactual, afirma que os preços baixos podem dar à Mixue vantagem competitiva, dado que o consumidor brasileiro é bastante sensível a preços e há espaço para crescimento no setor de fast food no país. No entanto, a adaptação de sabores ao gosto local será um fator determinante para a aceitação da rede.
Perspectivas e potencial de crescimento no Brasil
Segundo Roberto Kanter, a entrada da Mixue no Brasil pode ser facilitada pelo histórico de tradição em franquias, além do acesso à matéria-prima brasileira, que pode fazer a diferença na composição dos produtos. Caso a marca se adapte ao paladar e às preferências brasileiras, há potencial para uma expansão significativa, similar ao sucesso do Boticário e Natura em suas regiões.
Como diferencial, a empresa também planeja construir uma fábrica de suprimentos no país, reforçando seu modelo vertical integrado. Mesmo sendo uma “jovem adulta” no mercado, a Mixue aposta em seu modelo de negócio inovador para ganhar espaço na preferência do consumidor local.
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