Brasil, 13 de setembro de 2025
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Ministro Luiz Fux e a tensão no julgamento de Jair Bolsonaro

O julgamento de Jair Bolsonaro no STF marcou tensões entre ministros e desdobramentos impactantes.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, recentemente participou de um julgamento que causou grande apreensão entre seus colegas da Primeira Turma. Com a expectativa de um possível pedido de vista, Fux confirmou sua intenção de não interromper o processo no caso envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a acusação de uma trama golpista. Este posicionamento, por si só, já traz à tona questões polêmicas que marcaram as seções do julgamento.

A tensão no âmbito do STF

Dentre os momentos mais tensos do julgamento, destacou-se a quarta-feira, dia 10, quando Fux fez uma declaração que surpreendeu muitos: ele negou a existência de uma tentativa de golpe de Estado e os ataques às instituições democráticas. Essa fala foi particularmente chocante, visto que ele já havia vivido episódios de tensão extrema no passado, como o 7 de setembro de 2021, quando, como presidente do STF, experimentou o medo de uma invasão ao tribunal.

Recordações do passado

Ministros que estavam presentes relataram que Fux compartilhou detalhes de sua própria experiência nesse dia histórico, ressaltando que foram posicionados snipers para proteção do edifício e que ele passou a noite em claro dentro do STF. Esses relatos trazem à tona a gravidade dos eventos que relacionados a Bolsonaro e a agitação política que permeou o país.

Contradições e tensões internas

As reações ao voto de Fux foram mistas, com vários ministros expressando preocupação quanto às contradições no seu posicionamento. Isso se relaciona não apenas ao caso específico de Bolsonaro, mas também à sua postura em processos anteriores, especialmente aqueles vinculados aos eventos do 8 de janeiro. Ao contrário de seus posicionamentos em mais de 400 casos anteriores, esta nova abordagem suscita diversas dúvidas sobre a homogeneidade em sua conduta.

Além disso, a forma como Fux se referiu a ministros, como Alexandre de Moraes, parece ter acentuado ainda mais o ambiente tenso e delicado da situação. Apesar das pressões para que os demais ministros fizessem contrapontos a suas falas, o presidente da Turma, Cristiano Zanin, respeitou o pedido de Fux para que não houvesse interrupções durante sua manifestação.

Essa estratégia de Fux gerou um clima de apreensão, onde muitos temiam que qualquer interrupção pudesse ser utilizada como justificativa para seu pedido de vista, prolongando ainda mais o julgamento. O momento tornou-se crítico quando ele se pronunciou, solicitando que não fosse interrompido pouco antes do início da análise do caso.

A prolongação do julgamento

O voto, que ultrapassou 13 horas, foi interpretado por alguns como uma táctica de “vencer pelo cansaço”. Ministros acreditavam que Fux pretendia estender suas palavras até o dia seguinte, prolongando o impacto do seu posicionamento na mídia e no debate público. Zanin e os demais ministros, como Cármen Lúcia e Flávio Dino, decidiram alargar a sessão, permitindo que Fux concluisse a fala no mesmo dia, um esforço para evitar a incerteza prolongada que poderia resultar de um eventual pedido de vista.

Foi somente na quinta-feira, dia 11, quando Cármen Lúcia e Zanin proferiram seus votos, que o ambiente tenso se dissipou um pouco. Ao confirmar a condenação de Bolsonaro e outros réus envolvidos na trama golpista, tornou-se evidente que Fux não tomaria nenhuma medida para interromper o andamento do julgamento, o que virou um marco nesse processo tão conturbado.

As implicações deste julgamento vão além da mera condenação. O desenrolar dos eventos e o comportamento de Fux levantam questões sobre a integridade e a percepção pública das decisões do STF, especialmente em tempos de polarização política e social no Brasil. O futuro do ex-presidente e os possíveis efeitos de sua condenação no cenário político nacional continuam a ser um ponto de intenso debate.

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