Brasil, 14 de setembro de 2025
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Lei amplia direito à reconstrução mamária pelo SUS e por planos de saúde

A nova legislação garante acesso à cirurgia de reconstrução mamas a mais mulheres, aumentando as procedimentos em Piracicaba em 145% nos últimos quatro anos.

No último ano, a quantidade de cirurgias para reconstrução das mamas realizadas na região de Piracicaba, em São Paulo, registrou um aumento significativo de 145%, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado. Se em 2020 foram apenas 20 procedimentos realizados no Departamento Regional de Saúde 10 (DRS-10), no ano passado esse número subiu para 49. Esse crescimento é impulsionado pela sanção de uma lei que amplia o direito à reconstrução mamária pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planos de saúde.

A nova legislação e seu impacto

Em julho deste ano, o governo federal sancionou uma nova lei que fortalece o acesso às cirurgias de reconstrução mamária. Até então, esse procedimento estava garantido apenas para mulheres em tratamento de câncer. Agora, qualquer mulher que sofrer mutilação, independentemente da causa, pode solicitar a cirurgia. Essa mudança legislativa é um reflexo do compromisso do governo em promover a saúde e o bem-estar das mulheres brasileiras.

Histórias de mulheres e suas jornadas

As histórias de mulheres que passaram por essa experiência refletem a importância da nova lei. Carmelina de Toledo Piza, moradora de Piracicaba, teve câncer e precisou retirar as duas mamas em 2011. Sua reconstrução foi imediata, e ela descreve o procedimento como um avanço que respeitou sua anatomia: “Foi feito do próprio corpo. Então é feito um corte aqui embaixo, como uma cesárea, e aí é reconstruído aqui, colocado tudo direitinho,” disse Carmelina.

Por outro lado, Claudinei Bolivio, que também enfrentou o câncer, teve que esperar três anos após a mastectomia para realizar a reconstrução. “O que eu mais sonhava era com a reconstrução. Eu nem me importava se ia sofrer na cirurgia. Eu estava feliz. Eu me senti bonita,” contou Claudinei, demonstrando como a reconstrução pode impactar profundamente a autoestima feminina.

Já Vera Figueiredo, uma aposentada que teve que esperar 10 anos para fazer a reconstrução, viu sua expectativa girar em torno da vida após a cirurgia. A nova legislação pode mudar cenários como o dela, ao proporcionar acesso mais rápido a esse procedimento essencial.

A cirurgia de reconstrução: O que esperar

De acordo com César Cabelo dos Santos, mastologista e coordenador do setor de oncologia do Hospital da Mulher da Unicamp, a cirurgia de reconstrução mamária visa reparar as alterações causadas pela mastectomia. “A gente tenta reparar, fazer com que a mama volte a ter aquele formato adequado. E faz parte da reconstrução a gente simetrizar o outro lado também, porque a mama é um órgão duplo, então essa harmonia é muito importante para as mulheres,” explica o médico.

A escolha do método utilizado para a reconstrução depende de vários fatores, entre eles, o tipo de mama da paciente e a condição de saúde dela. A sensibilização sobre os direitos garantidos pela nova norma é crucial para aumentar a procura por essas cirurgias. “Acho que vai ter uma maior procura à medida que as pacientes sejam informadas desse direito,” analisa César.

O aumento na demanda por reconstrução mamária em Piracicaba

O crescimento significativo de 145% nas cirurgias de reconstrução mamária na região de Piracicaba reflete não apenas a ampliação do acesso garantido pela nova lei, mas também uma mudança na mentalidade das mulheres. Muitas estão buscando ativamente a reconstrução, que representa um importante passo na recuperação emocional e física. As pacientes estão se tornando mais conscientes de seus direitos, e isso, sem dúvida, está transformando a maneira como lidam com os desafios impostos pelo câncer e suas consequências.

No entanto, é essencial que a informação sobre os direitos e possibilidades de tratamento chegue a todas as mulheres, para que nenhuma delas precise passar anos esperando por um procedimento que pode ser uma mudança de vida. A reconstrução mamária não deve ser vista apenas como uma questão estética, mas como uma parte fundamental da recuperação e da autoestima feminina.

À medida que mais mulheres tomam conhecimento da nova legislação e de seus direitos garantidos, a expectativa é que o número de cirurgias continue a crescer, proporcionando mais saúde e bem-estar para todas as pacientes que enfrentam desafios semelhantes.

Para mais informações sobre a reconstrução mamária e seus direitos, as pacientes podem consultar suas unidades de saúde ou buscar apoio em grupos de apoio e especialistas na área.

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