No passado dia 12 de setembro, a Sala da Protomoteca do Capitólio em Roma foi o cenário para o G20 Informação, um evento que se concentrou na transparência e liberdade de informação em um mundo marcado por guerras e conflitos. A mesa de debates, coordenada pelo Padre Enzo Fortunato, diretor da Revista Piazza San Pietro, foi realizada no contexto do III Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana e reuniu líderes de comunicação e informação de várias partes do mundo.
A importância da verdade e da dignidade
Durante a abertura do encontro, o Padre Fortunato expôs os três “horizontes” que não podem ser considerados como garantidos em tempos atuais: verdade, liberdade e dignidade. Ele destacou que a verdade é frequentemente manipulada e que a liberdade de imprensa, um direito fundamental em democracias, é ameaçada em várias regiões do mundo, onde jornalistas enfrentam perseguições e até a morte por causa de seu trabalho.
“Hoje, temos muitos dignitários, mas pouca dignidade”, observou Fortunato, enfatizando que campanhas de ódio e desinformação proliferam, muitas vezes construídas por trás das telas de computadores. Ele alertou que as palavras podem ferir mais do que armas, levando a consequências extremas. Diante de um panorama mundial cheio de divisões, ele reforçou a necessidade de a humanidade reencontrar suas características comuns, ecoando as palavras do Papa Leão XIV: “Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”.
Um chamado à ação para a mídia
O prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, participou do evento e ressaltou a centralidade da informação na formação do nosso futuro. Ele advertiu sobre a necessidade de distinguir entre bom e mau jornalismo, entre análises e fofocas, ressaltando que a comunicação deve ser desprovida de preconceitos e ódio. “Desarmar as palavras é crucial”, afirmou, citando o Papa Francisco, e que isso contribui para “desarmar a Terra”, criando um espaço propício à paz.
O desafio contemporâneo é ainda maior, considerando que os algoritmos podem se tornar os “guardians” dos nossos pensamentos, aprisionando as pessoas em bolhas que limitam o confronto de ideias. Ruffini enfatizou que a tarefa é resistir à corrosão da comunicação, devolvendo aos usuários o papel decisivo e formando jornalistas qualificados para produzir conteúdos de qualidade. “Só a luz pode expulsar a escuridão”, disse, evocando as palavras de Martin Luther King.
Um novo humanismo através da comunicação
O evento G20 Informação não foi apenas um debate sobre os desafios atuais, mas uma verdadeira convocação para que todos, especialmente os profissionais da mídia, se unam em prol de um novo humanismo na comunicação. Este conceito implica uma abordagem que valorize a dignidade humana, a verdade e a liberdade, pilares fundamentais para uma sociedade mais justa e pacífica.
Ruffini encerrou suas considerações enfatizando que não pode haver um algoritmo da verdade sem liberdade. É imperativo que a sociedade continue a lutar pela verdade e pela liberdade de expressão, elementos que são essenciais não apenas para o jornalismo, mas para a construção de um futuro onde a paz, o diálogo e a fraternidade possam prosperar.
O G20 Informação, ao reunir líderes de renome mundial, abraçou o compromisso coletivo de reverter a desinformação e a superficialidade, buscando sempre uma comunicação que construa pontes em vez de muros. À medida que o mundo enfrenta crises cada vez mais complexas, a responsabilidade recai sobre cada um de nós, tornando urgente a promoção de uma comunicação mais ética e responsável.
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