Brasil, 12 de setembro de 2025
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STF condena Jair Bolsonaro e militares por tentativa de golpe

A Primeira Turma do STF determina perda de patente de militares condenados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), junto com mais sete réus, por tentativa de golpe de Estado. A decisão, que já repercute em diversos setores da sociedade, implica diretamente nas carreiras militares dos envolvidos e determina que o Superior Tribunal Militar (STM) será responsável pelo julgamento da perda de patente dos condenados, incluindo Bolsonaro, que é capitão da reserva do Exército.

Detalhes da condenação

Os outros militares condenados incluem generais de alta patente, como Augusto Heleno, Paulo Sergio Nogueira e Braga Netto, além do almirante Almir Garnier. Todos foram considerados culpados por envolvimento em uma trama que pretendia barrar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com as alegações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A perda de patente de militares é regulamentada pelo artigo 142 da Constituição Federal. Este artigo estabelece que oficiais condenados por penas superiores a dois anos, em justiça comum ou militar, devem passar por um processo que avaliará a perda do grau militar. A exceção foi o caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que foi condenado a dois anos em regime aberto, não podendo, portanto, perder sua patente, já que a pena imposta não ultrapassa o limite estabelecido.

Próximos passos na Justiça Militar

O julgamento sobre a perda de patente só ocorrerá após o trânsito em julgado da Ação Penal 2.668, que fundamentou o processo contra os otos réus envolvidas na tentativa de golpe. Isso significa que, por hora, a situação dos condenados permanece indefinida até que todos os recursos legais tenham sido esgotados.

Consequências para outros réus

Além dos militares mencionados, a Primeira Turma do STF também decidiu pela demissão do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, de seus cargos de delegado da Polícia Federal. Embora sejam concursados, ambos se encontram afastados de suas funções.

O julgamento se encerrou com um placar de quatro votos a um a favor da condenação. Os ministros que votaram pela condenação foram Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que preside o colegiado. O único voto contrário foi do ministro Luiz Fux, que argumentou que apenas Cid e Braga Netto deveriam ser responsabilizados pela tentativa de golpe, isentando os demais réus.

O impacto da decisão

A condenação de Jair Bolsonaro e de outros membros das Forças Armadas acende um alerta sobre o respeito às instituições democráticas no Brasil. O STF, através de sua Primeira Turma, reafirma que tentativas de abolição do Estado Democrático de Direito não serão toleradas, mesmo entre figuras de proa que detêm ou detiveram funções de alto escalão no governo brasileiro.

As reações à decisão já estão sendo observadas nas redes sociais e entre analistas políticos, com muitos se questionando sobre os efeitos a longo prazo dessa condenação na política brasileira. A perda de patente para militares pode ter consequências severas em suas carreiras e, consequentemente, na estrutura e na imagem das Forças Armadas em um momento já tumultuado politicamente.

Considerações finais

À medida que o Brasil atravessa um período de grande polarização política, as decisões do STF ganham contornos ainda mais significativos, mostrando a importância de manter a integridade das instituições e a responsabilização de aqueles que, em posições de poder, tentaram minar a democracia. O futuro de Jair Bolsonaro e dos outros réus agora depende do desenrolar da justiça, que, embora lenta, parece comprometida em lidar com a gravidade das ações cometidas.

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