Brasil, 12 de setembro de 2025
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Polícia Federal prende empresário de SP em operação contra fraudes no INSS

Operação da PF revela esquema de fraudes dramáticas no INSS, com empresário movimentando R$ 12 milhões em apenas 129 dias.

Numa operação impactante, a Polícia Federal prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, na última sexta-feira (12). Ele é acusado de ser o operador de um esquema que movimentou mais de R$ 12 milhões em apenas 129 dias, utilizando informações de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para aplicar fraudes em aposentadorias e pensões.

Esquema de fraudes e propinas

As investigações da PF revelaram um amplo esquema de fraudes que pode culminar em um prejuízo que varia entre R$ 6,3 bilhões, abrangendo os anos de 2019 a 2024. Antunes, identificado como “facilitador” do caso, estaria pagando propinas a servidores públicos do INSS em troca de acesso a dados pessoais de beneficiários. Com essas informações, ele e seu comparsa, o empresário Maurício Camisotti, cadastravam os segurados sem autorização, aplicando descontos ilegais em suas aposentadorias.

Durante a operação, a PF apreendeu diversos itens, incluindo esculturas eróticas, obras de arte, armas e veículos de luxo como Ferrari, Porsche e até um carro de Fórmula 1, demonstrando a ostentação resultante dos crimes. Camisotti também foi detido sob suspeita de ser sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência.

Como operava o esquema de fraudes no INSS

As investigações, realizadas em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), revelaram o funcionamento de entidades que buscavam obter dados de beneficiários por meio de pagamentos de propina. Essas entidades, muitas vezes, eram criadas como associações de fachada, presididas por idosos ou pessoas de baixa renda, e operavam sem qualquer autorização dos afetados.

As fraudes eram realizadas utilizando assinaturas falsas para autorizar descontos, e houve casos em que aposentados foram filiados a mais de uma entidade no mesmo dia, sem que tivessem conhecimento disso. Os dirigentes do INSS, por sua vez, recebiam vantagens indevidas para facilitar a inclusão dos descontos nos contracheques dos aposentados.

A operação que resultou na prisão de Antunes e Camisotti começou em 2023, no âmbito administrativo da CGU, e foi transformada em investigação criminal após o surgimento de indícios de crimes. Com o aumento da gravidade das denúncias, a Polícia Federal foi acionada.

As reações e defesas dos envolvidos

A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes indicou que pretende buscar a liberdade de seu cliente, enquanto a defesa de Maurício Camisotti afirma que não há justificativa para sua prisão, ressaltando uma suposta arbitrariedade no processo e alegando que ele estava em contato com seu advogado no momento da apreensão do celular.

Por sua vez, o advogado Nelson Wilians, que também foi alvo da operação, destacou que tem colaborado com as autoridades e que sua relação com um dos investigados é estritamente profissional. Ele também afirmou que as transferências de dinheiro feitas por ele se referem a uma transação legal e que confia na apuração de sua inocência.

Impacto das fraudes no sistema previdenciário

A operação da PF traz à tona um grave problema enfrentado pelo sistema previdenciário brasileiro, que é o desvio de recursos por meio de fraudes. O INSS, responsável por garantir a aposentadoria e outros benefícios aos trabalhadores brasileiros, sofre com golpes que comprometem sua eficácia e prejudicam os segurados que realmente necessitam de assistência. O acompanhamento cuidadoso das atividades por parte das autoridades é crucial para evitar que tais fraudes continuem a ocorrer e para garantir a integridade do sistema previdenciário.

Enquanto isso, a população aguarda justiça e resposta das autoridades para que casos como este não se repitam, protegendo os direitos de milhares de brasileiros que dependem da previdência e de um sistema justo e transparente.

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