Brasil, 12 de setembro de 2025
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Polícia Federal apreende obras de arte em operação contra fraudes

A Operação Cambota da PF apreendeu itens valiosos relacionados à máfia do INSS, incluindo obras de Portinari e Di Cavalcanti.

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira, dia 12, em São Paulo, a Operação Cambota, que resultou na apreensão de uma significativa quantidade de quadros, esculturas e outras obras de arte ligadas a integrantes de um esquema fraudulento conhecido como a “máfia do INSS”. Este esquema, que movimentou mais de R$ 6,3 bilhões nos últimos anos, envolve descontos irregulares em aposentadorias e pensões, corroborando a gravidade da situação.

Apreensões em destaque

A operação resultou na apreensão de obras pertencentes a artistas renomados, como Cândido Portinari e Emiliano Di Cavalcanti. Especialistas consultados pelo g1 analisaram fotos dos itens apreendidos e identificaram que algumas das obras poderiam ser autênticas, com valores estimados entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões para as de Portinari, e entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões para as de Di Cavalcanti. Além disso, outras obras têm suas origens atribuídas a artistas como Tomie Ohtake e Orlando Teruz, e esculturas de Flory Gama foram também confiscadas.

Entre as esculturas, destaca-se uma reprodução de “O Pensador”, de Auguste Rodin, e peças do escultor austríaco Bruno Zach, conhecida por seu caráter sensual e erótico. É importante frisar que a autenticação das obras apreendidas dependerá de análises mais aprofundadas a serem realizadas por peritos e curadores de arte.

Funcionamento do esquema fraudulento

A investigação que culminou na Operação Cambota revelou um extenso esquema de fraudes vinculado ao INSS. De acordo com a PF, as associações investigadas ofereciam propinas a funcionários do INSS para obter dados de aposentados e pensionistas, utilizando assinaturas falsificadas para autorizar descontos indevidos nas folhas de pagamento. Inúmeros aposentados foram cadastrados sem seu conhecimento, e muitas vezes, associados a mais de uma entidade no mesmo dia, configurando um quadro de fraudes sistemáticas.

Além das obras de arte, a operação também resultou na apreensão de veículos e dinheiro em espécie, reforçando a conexão entre o desvio de recursos e a utilização destes para aquisição de bens luxuosos. Os principais alvos da operação incluem o advogado Nelson Wilians e o empresário Maurício Camisotti, que foram presos, assim como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido pelo apelido de “Careca do INSS”.

Perspectivas futuras e importância da investigação

A realização de apreensões dessa magnitude levanta questões urgentes sobre a monitorização das fraudes no sistema de previdência. As investigações apontam para a necessidade de um sistema mais robusto e transparente que possa prevenir e detectar irregularidades. A análise dos itens apreendidos poderá também servir como base para futuras ações de responsabilização de outros envolvidos no esquema.

O que dizem as defesas dos acusados

A defesa de Maurício Camisotti afirmou que não há justificativa para sua prisão, destacando que houve violação de direitos constitucionais durante a ação policial. Por outro lado, a defesa de Nelson Wilians enfatizou sua disposição para colaborar com as autoridades e afirmou que sua atuação estava dentro dos limites legais.

Com a operação, a Polícia Federal cumpre 13 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e no Distrito Federal, em uma ação que promete trazer mais esclarecimentos sobre a profunda rede de fraudes envolvendo o INSS. A sociedade brasileira aguarda com expectativa os próximos desdobramentos e a possibilidade de que a justiça seja feita.

Enquanto a autenticação e a investigação sobre o patrimônio apreendido seguem, a Operação Cambota marca um capítulo crucial na luta contra a corrupção e a defesa dos direitos dos aposentados no Brasil.

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