Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu medicamentos abortivos na sua mais nova lista de medicamentos essenciais, gerando preocupação entre líderes pró-vida. A atualização, divulgada em 12 de setembro de 2025, destacou que, pela primeira vez, esses medicamentos não trazem a caveatativa de que seu uso deve ser restrito a contextos legais ou culturais específicos.
OMS amplia recomendações para medicamentos abortivos
De acordo com a Lista de Medicamentos Essenciais 2025, a OMS eliminou a ressalva que indicava que esses remédios deveriam ser utilizados apenas onde sua prática fosse legal ou culturalmente aceita. Especialistas pró-vida expressam preocupação com essa decisão, considerando os riscos à saúde da mulher e ao aborto legal.
Riscos e complicações associados aos medicamentos
Dr. Ingrid Skop, vice-presidente do Charlotte Lozier Institute e obstetra, afirmou que esses remédios apresentam uma taxa de complicação quatro vezes maior que o aborto cirúrgico. “Estimamos que uma em cinco mulheres sofrerá complicações e uma em vinte precisará de intervenção cirúrgica para completar o procedimento,” explicou.
Ela também destacou estudos recentes indicando que mais de um terço das mulheres que usam esses medicamentos não estavam preparadas para a quantidade de dor e sangramento que enfrentaram. Segundo Skop, a OMS recomenda esses medicamentos para países com sistemas de saúde precários, onde o atendimento emergencial é limitado, o que ela considera perigoso.
Implicações éticas e políticas da decisão
Críticos, como Michael New do Charlotte Lozier Institute, consideram a decisão da OMS parte de uma agenda de controle populacional e eugenia. “A OMS manifesta um viés pró-aborto desde sua criação, alegando que restringir o acesso às abortivas não reduz seu número, o que é falso de acordo com diversos estudos,” afirmou.
Kelsey Pritchard, da Susan B. Anthony Pro-Life America, celebrou a retirada dos EUA da OMS, ocorrida em janeiro de 2025, e reforçou que a organização internacional está aprofundando sua postura pró-aborto. “Os perigos dessas drogas ainda são ignorados, mas a ciência mostra os riscos reais para as mulheres e suas vidas,” argumentou.
Debates sobre disponibilidade e segurança
Especialistas também alertam para a liberação de abortivos de forma anônima. Um projeto de lei na Califórnia prevê a prescrição e entrega de medicamentos abortivos sem identificação do paciente ou do profissional, possibilitando o envio até para estados onde o aborto é ilegal, dificultando a fiscalização.
Por outro lado, advogados e autoridades de outros estados manifestam preocupação com a grau de segurança e a proteção legal de mulheres e profissionais envolvidos nessas práticas, especialmente em regiões com legislações restritivas.
Consequências para a legislação e o contexto internacional
A intervenção do Procurador-Geral de Nova York, Letitia James, em processos que envolvem a prescrição de pílulas abortivas para pacientes em estados onde a prática é ilegal, marca uma das primeiras ações jurídicas contra as leis de proteção a esses procedimentos. Isso evidencia o acirramento do debate legal e ético em torno da autorização e regulamentação de medicamentos abortivos nos EUA.
Segundo especialistas, a decisão da OMS reforça a necessidade de atenção consciente aos riscos e às implicações sociais e éticas do uso de medicamentos abortivos, em um momento de grande polarização política e social sobre a questão do aborto.