Nesta sexta-feira(12), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de grande impacto, prendendo o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti, sob sérias acusações de envolvimento em fraudes que podem ter gerado perdas bilionárias ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação é um desdobramento da Operação Sem Desconto, que visa desmascarar um esquema de descontos indevidos aplicados em aposentadorias e pensões de milhões de brasileiros.
Fraudes e scheme de descontos indevidos
O esquema investigado pela PF consiste em descontos indevidos que afetam aposentados e pensionistas do INSS. Segundo informações das investigações, cadernos apreendidos nas operações estão sendo considerados um verdadeiro mapa que pode levar os agentes a desvendar toda a hierarquia da quadrilha.
Os cadernos, que foram encontrados no escritório de Antunes em Brasília, continham registros detalhados das atividades e finanças do empresário, além de anotações relacionadas aos pagamentos de propinas a membros do INSS que permitiram a fraude em massa. Os documentos foram descritos como uma “maior descoberta” até agora na investigação.
Documentos que comprometem autoridades
Os cadernos apreendidos eram preenchidos diariamente pela secretária do “Careca do INSS” e continham informações que ligam o empresário a pagamentos de propinas a altos funcionários do INSS. Investigações indicam que nomes como o de Virgílio Oliveira Filho, procurador-geral do INSS, e Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, estão associados aos registros de 5% da propina, que era paga mensalmente. A PF apura se havia troca de favores por conta de autorizações para os descontos indevidos.
Os valores das transferências para ex-diretores do INSS ultrapassaram R$ 17 milhões. No entanto, a investigação ainda procura evidências do envolvimento direto de Stefanutto nas operações fraudulentas. Apesar das anotações encontradas, ele nega qualquer relação com Antunes e a descrição de eventos ou pagamentos atribuídos a ele.
Magnitude da fraude e desvio de bilhões
De acordo com estimativas da PF, o grupo criminoso pode ter conseguido desviar cerca de R$ 6,3 bilhões desde 2019, afetando mais de 4 milhões de aposentados. As transações financeiras são de natureza complexa, envolvendo entidades sindicais e empresas aliadas às associações que executavam os descontos financeiros irregulares…
O “Careca do INSS” é acusado de movimentar R$ 53,5 milhões, oriundos de entidades que mantinham relações diretas com os beneficiários das aposentadorias, mas que, na verdade, desviavam parte dos valores para enriquecer membros do esquema.
Próximos passos da investigação
Com a apreensão dos cadernos, a expectativa é que a Polícia Federal consiga rastrear não apenas o envolvimento de Stefanutto, mas também de outras figuras ligadas à administração pública que possam estar colaborando com o esquema. A PF prossegue em sua investigação para identificar possíveis novos envolvidos e desmantelar completamente essa rede de corrupção que prejudica direitamente a população brasileira.
A situação levanta preocupações sobre a segurança e a integridade do sistema previdenciário brasileiro, destacando a necessidade de reformas e fiscalização mais rigorosa para proteger os direitos dos aposentados e pensionistas, afetados por ações fraudulentas que minam a confiança na instituição.
As prisões realizadas na última sexta-feira são um passo importante na luta contra a corrupção dentro do sistema de previdência social, e a PF afirma que outras ações devem ser tomadas para aprofundar a investigação sobre fraudes e seus envolvidos.