Brasil, 12 de setembro de 2025
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Operação nos EUA revela detenção de trabalhadores sul-coreanos com vistos legais

Autoridades detiveram trabalhadores com vistos válidos em fábrica na Geórgia, levantando dúvidas sobre a atuação do ICE e a política migratória

Na mais recente ação do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), pelo menos 11 trabalhadores sul-coreanos foram detidos em uma fábrica na Geórgia, mesmo possuindo vistos B1 ou B2 considerados legítimos. A operação, ocorrida na semana passada, evidencia tensões entre a política de imigração do governo Trump e os esforços das empresas multinacionais por manter mão de obra temporária especializada no país.

Detenção de trabalhadores com vistos legais e confusão sobre o status

De acordo com registros internos obtidos pelo The New York Times, seis dos trabalhadores entraram nos EUA com vistos B1 ou B1/B2, utilizados para viagens de negócios e turismo de até seis meses. Quatro ingressaram pelo programa de isenção de visto, também válido por 90 dias. Em uma situação, o status do trabalhador não estava claro, mas a maioria foi considerada como tendo violado as condições de seus vistos ou trabalhado ilegalmente no momento da operação.

A excepcionalidade na abordagem do ICE

Na única situação onde o trabalhador não foi considerado em violação, agentes afirmaram que, apesar de estar em conformidade com o visto, ele foi classificado como em partida voluntária pelo diretor local do ICE. A empresa empregadora, uma firma sul-coreana de engenharia, não respondeu aos pedidos de comentário. Segundo advogados de imigração, a operação foi vista por muitos como um ato ilegal, uma tentativa de ampliar a repressão, independentemente do status legal real dos trabalhadores.

Operação e impacto na relação diplomática com Coreia do Sul

Mais de dois terços dos detidos eram sul-coreanos, com expectativa de retorno imediato ao país, após ficarem em um limbo de 24 horas. Autoridades sul-coreanas criticaram duramente a ação, com o advogado Charles Kuck afirmando que “o que o ICE fez aqui é ilegal, e as pessoas deveriam ser responsabilizadas.” Kuck ressaltou ainda que as operações parecem mais uma tentativa de mostrar números do que uma ação eficaz contra violações reais.

Ponto de controvérsia: uso do visto B1

Especialistas destacam que o visto B1, comum para funções de consultoria e negócios, tem sido utilizado de forma abusiva, muitas vezes envolvendo tarefas não relacionadas ao visto, como montagem de máquinas ou tarefas de segurança, que não são permitidas. Juristas apontam que a falta de clareza nas orientações oficiais gera ambiguidades legais, facilitando interpretações extensas por parte das autoridades de imigração.

Contexto político e estratégias de fiscalização

Segundo documentos do ICE, a operação faz parte de esforço mais amplo de deportação coordenado pelo governo Trump, visando atingir a meta de 3 mil detenções diárias. Tais ações refletem o objetivo de mostrar números altos de prisões de imigrantes, mesmo que muitas dessas detenções tenham sido questionadas por sua legalidade e impacto humanitário.

Autoridades de Seul destacaram que, apesar da maioria dos presos ser enviada para casa, alguns trabalhadores podem reconsiderar o retorno ou optar por permanecer com familiares que possuem green cards. A política de “partida voluntária”, comum nessas operações, não implica necessariamente em admissão de irregularidade, mas evidencia o forte controle do governo americano sobre a imigração temporária.

Implicações e controvérsias futuras

Analistas alertam que operações semelhantes podem aumentar a insegurança dos trabalhadores estrangeiros e afetar relações diplomáticas, especialmente com países que têm forte presença de suas empresas no território americano, como a Coreia do Sul. Além disso, a limitação na interpretação do visto B1 e as dificuldades de fiscalização têm levantado dúvidas sobre a efetividade dessas estratégias de repressão migratória, que muitas vezes resultam em ações questionadas judicialmente.

Mais detalhes podem ser encontrados na reportagem completa pelo O Globo.

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