Celebrada há 60 anos, a Lei de Direitos de Voto (VRA) foi promulgada por Lyndon B. Johnson para garantir eleições livres de discriminação racial, porém seu percurso foi marcado por lutas, derrotas e perseverança.
A longa luta pelos direitos de voto dos negros nos EUA
Desde a fundação do país, os afro-americanos reivindicaram o direito ao voto, apoiados por princípios de liberdade e cidadania presentes na Declaração de Independência e na Constituição. Apesar de algumas conquistas durante o período antebelico, a escravidão impediu o acesso universal ao sufrágio.
Após a Guerra Civil, com a abolição da escravidão, o direito ao voto foi garantido pelo 15º Emenda de 1870. Contudo, a vitória foi efêmera. A partir do final do século XIX, governos do Sul, com apoio judicial, implementaram leis e práticas que dificultaram o sufrágio negro, como impostos eleitorais, testes de alfabetização e cláusulas de compreensão.
Resistência e vitórias jurídicas
Apesar das tentativas de supressão, ativistas como Thurgood Marshall, da NAACP, perseveraram na luta jurídica. Em 1944, a Suprema Corte decidiu que primárias exclusivas para brancos violavam a democracia constitucional, marcando um avanço importante.
Ao mesmo tempo, movimentos civis promoviam a dessegregação, com decisões como Brown v. Board, em 1954, que declarou a segregação escolar inconstitucional, e ações como o boicote aos ônibus de Montgomery, em 1955.
O que a história ensina sobre resistência e conquistas
O percurso para a aprovação da Lei de Direitos de Voto revela que avanços jurídicos e sociais dependem da persistência diante de obstáculos. A luta dos negros americanos, marcada por vitórias e retrocessos, demonstra que a resistência contínua é essencial para ampliar direitos e consolidar mudanças duradouras.
Hoje, o desafio é proteger esses direitos contra ataques políticos e judiciais, reafirmando a importância de uma democracia inclusiva e justo para todos.