Milenares, as artes da atuação sempre desempenharam um papel central na cultura humana. Desde suas origens na Grécia antiga, onde serviam como uma forma de veneração a deuses, até a complexidade da moderna atuação brasileira, a jornada dessa arte é rica e diversificada. O livro Traços da História e Identidade da Atuação Brasileira, do ator e escritor Ney Piacentini, ilumina essa jornada com profundidade e originalidade, resultante de oito anos de pesquisa.
Uma síntese da evolução da atuação no Brasil
Dividido em quatro capítulos, o livro compila uma análise abrangente do desenvolvimento da atuação brasileira, desde os primeiros registros durante a colonização portuguesa até o século 20. Piacentini utiliza um mix de leituras e entrevistas com iconográficos da atuação, como Lima Duarte, Matheus Nachtergaele e Denise Fraga, formando um mosaico rico e diversificado da profissão.
O primeiro capítulo aborda o século 19, período que abrange figuras icônicas como João Caetano, Procópio Ferreira e Dulcina de Moraes. Essas personalidades foram fundamentais para estabelecer os alicerces da atuação no Brasil, influenciando não apenas suas contemporâneas, mas também as futuras gerações de atores e atrizes.
Transformações e inovações na década de 40 a 70
No segundo capítulo, o autor investiga o crucial período de 30 anos entre 1940 e 1970. Esse foi um tempo de inovação e renovação, onde surgiram movimentos como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e o Teatro de Arena. Essas iniciativas promoveram um verdadeiro renascimento da arte de atuar, permitindo um espaço para que novas narrativas e estilos fossem explorados, levando o público a uma nova compreensão do teatro.
A virada do século XX para o XXI
O terceiro capítulo é dedicado à transição do século 20 para o 21, um momento marcado pelo surgimento de companhias inovadoras, como Asdrúbal Trouxe o Trombone e o Ornitorrinco. Essas novas formas de atuação desafiaram normas estabelecidas e estabeleceram novas formas de interação entre atores e o público, alavancando o teatro a um novo patamar de expressão artística e reflexão social.
Investigando o teatro identitário
O quarto e último capítulo se concentra no chamado “teatro identitário”, que explora as representações de diversas culturas e identidades no Brasil. Ney Piacentini, que é co-fundador da Companhia do Latão e do Núcleo Rodadeatro, busca trazer à tona a importância do teatro como uma ferramenta de identidade e resistência cultural, especialmente em um país tão diverso como o Brasil.
Trajetória de Ney Piacentini
Com um sólido currículo literário, Ney Piacentini já publicou títulos significativos, como Eugênio Kusnet: do Ator ao Professor e O Ator Dialético, ambos lançados pela Hucitec Editora. Ele é também um organizador respeitado na cena literária, tendo colaborado na coletânea Stanislavski Revivido.
O lançamento de Traços da História e Identidade da Atuação Brasileira ocorrerá neste sábado, 13, às 17h, no Ágora Teatro, em São Paulo, onde o autor estará disponível para uma sessão de autógrafos, permitindo que os leitores se conectem mais de perto com esta obra única e enriquecedora.