Um impressionante incêndio em uma plantação de cana-de-açúcar na divisa entre Adamantina e Flórida Paulista, no interior de São Paulo, gerou um raro fenômeno conhecido como redemoinho de fogo na tarde desta quinta-feira, 11 de setembro. O evento, que durou aproximadamente dez minutos, chamou a atenção da população e das autoridades locais. As condições climáticas e a intensidade do fogo contribuíram para a formação deste redemoinho, que é uma demonstração do poder da natureza e, ao mesmo tempo, um alerta para o perigo das queimadas.
Como ocorre um redemoinho de fogo?
O fenômeno do redemoinho de fogo, que pode ser comparado a um tornado, ocorre quando um incêndio intenso libera uma quantidade significativa de calor, o que aquece rapidamente o ar nas proximidades do solo. Este ar quente começa a subir, e a interação com o vento pode resultar em uma rotação, criando o redemoinho. Segundo Marcelo Rocha Pinto, coordenador da Defesa Civil de Flórida Paulista, o fenômeno apresentado no incêndio no canavial foi intermitente, com oscilações que duravam cerca de 20 segundos.
Fatores que contribuíram para o fenômeno
Para entender melhor a ocorrência deste fenômeno, o g1 consultou o professor Alexandrius de Moraes Barbosa, especialista em Agrometeorologia do Centro Unoeste Clima, em Presidente Prudente. De acordo com Barbosa, condições atmosféricas favoráveis e queimadas intensas aumentam as chances de formação do redemoinho. “Ontem foi registrado o dia mais quente de 2025 na estação da Unoeste, com temperaturas chegando a 37,9 ºC, o que contribuiu para esse evento”, acrescentou.
O incêndio na plantação de cana foi combatido por equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, que levaram cerca de sete horas para controlar as chamas. O fogo teve início por volta das 13h e foi completamente contido apenas às 20h, restando apenas alguns focos nas madeiras dentro da mata.
Prevenção e cuidados durante onda de calor
A Defesa Civil do Estado fez um alerta para a baixa umidade do ar e o risco de queimadas, que, segundo informações, já é a segunda vez em três dias que o alerta é emitido na região oeste de São Paulo. Com o aumento das temperaturas, é vital que a população tome precauções. A orientação é que os cidadãos aumentem a ingestão de água, evitem a exposição ao sol durante as horas mais quentes do dia e não realizem queimadas.
Perspectivas climáticas para os próximos dias
Alexandrius de Moraes Barbosa também mencionou que uma nova onda de calor é esperada entre os dias 18 e 21 de setembro, com temperaturas podendo atingir os maiores índices de 2025. As chuvas, que podem amenizar as condições extremas de calor e seca, devem retornar somente após o dia 21, aumentando a necessidade de cuidados por parte da população, especialmente em relação à prevenção de incêndios.
Em um contexto mais amplo, o incidente no canavial não é um evento isolado, mas parte de um padrão que se intensifica com o aquecimento global e as mudanças climáticas, que frequentemente resultam em padrões climáticos extremos. Os incêndios florestais e agrícolas se tornaram uma ameaça significativa, não apenas para a vida selvagem e a agricultura, mas também para a saúde pública e a segurança.
Conclusão
O redemoinho de fogo causado pelo incêndio em um canavial no interior de São Paulo serve como um chamado à ação sobre a importância da conscientização e da prevenção de queimadas. A colaboração entre comunidades e autoridades é vital para proteger o meio ambiente e garantir a segurança de todos diante de fenômenos naturais que podem ocorrer em situações de calor extremo e seca.
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