O dólar comercial caiu 0,64% nesta sexta-feira, sendo negociado a R$ 5,35 às 12h30, o menor valor desde junho do ano passado. Em 2025, a moeda já acumula uma desvalorização de 13% frente ao real, refletindo mudanças na conjuntura econômica e política brasileira.
Mercado internacional e cenário de juros
No exterior, o dólar opera em leve alta. O índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis moedas fortes, registrava alta de 0,18% no início da tarde. Entre as 31 moedas mais negociadas, o real foi uma das nove que apresentaram valorização frente ao dólar americano.
Analistas creditam a queda do dólar no Brasil às expectativas de um possível corte na taxa de juros pelo Federal Reserve na próxima semana. Segundo Marcos Oviedo, economista da Nova Futura, a previsão de três cortes consecutivos em 2025 reforça a tendência de desvalorização do dólar.
Influência política e cenário eleitoral
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal contribui para a queda do dólar ao criar um ambiente eleitoral menos instável para 2026, na avaliação do mercado financeiro. Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, destaca que essa decisão ajuda a consolidar Tarcísio Freitas como candidato da direita, um nome mais aceito pelo mercado.
Velloni destaca que “uma definição na situação da condenação gera um cenário mais claro para as eleições do próximo ano”.
Perspectivas de valorização do real
Com o movimento de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, o real tem potencial para se valorizar ainda mais. Marcos Oviedo explica que “o real é a moeda com mais carry”, ou seja, maior diferencial de juros, o que favorece operações de carry trade, especialmente frente ao peso mexicano, que já vem ganhando espaço com a redução dos juros na América Latina.
O carry trade consiste em tomar empréstimos em moedas com juros baixos, investindo em economias com altas taxas de retorno, como o Brasil, atualmente com juros de 15% ao ano.
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