Brasil, 12 de setembro de 2025
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Descontentamento entre soldados israelenses cresce durante guerra

Soldados e suas mães se opõem ao serviço militar em meio ao conflito em Gaza, questionando a direção do governo.

A guerra em Gaza, que já dura quase dois anos, tem testemunhado um fenômeno incomum: um número crescente de soldados israelenses, junto com suas mães, está se recusando a servir nas operações militares. Este movimento desafiador surge em um momento crítico, quando Israel convoca dezenas de milhares de reservistas para participar da ofensiva em Gaza City.

Um novo tipo de resistência

Embora não haja números oficiais que indiquem a magnitude desse movimento, grupos recém-formados estão se solidarizando e gerando cada vez mais visibilidade para suas decisões de não se alistar, mesmo diante da possibilidade de prisão. Essa negação está começando a fazer ressonância em uma sociedade que já testemunhou um fluxo de protestos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado por muitos de prolongar o conflito por motivos políticos ao invés de buscar uma solução para a liberação dos cativos.

Recentemente, enquanto a pressão sobre o governo aumentava, mães de soldados expressaram sua preocupação com a segurança de seus filhos, refletindo um medo genuíno de que eles lutem em uma guerra sem propósito claro. Noorit Felsenthal-Berger, uma dessas mães, compartilhou a angustiante ideia de ferir seu próprio filho para evitar que ele se juntasse à luta.

Fadiga e desmotivação

Entre os soldados, a moral está em queda. Avshalom Zohar Sal, um jovem de 28 anos que serviu em várias missões, descreve seus companheiros como exaustos e céticos quanto ao propósito da guerra. Ele relata que a desmotivação se intensificou após a morte de seis reféns, levados por Hamas, durante uma ação militar. A crescente resistência entre os soldados é visível, com o grupo “Soldados por Reféns” já representando mais de 360 membros que se recusam a servir.

Max Kresch, membro desse grupo, criticou abertamente a abordagem do governo, afirmando que a guerra não só colocou os reféns em risco, mas também causa uma enorme devastação entre a população civil de Gaza. Os números são alarmantes: mais de 64 mil palestinos já morreram por causa do conflito, o que gera imensa pressão internacional sobre a condução da guerra por parte de Israel.

Uma luta familiar

Outro movimento significativo chamado “Pais de Soldados Combatentes Gritam Chega” tem reunido quase mil mães que lutam por suas famílias e pela paz. Muitas mulheres encorajam seus filhos a não retornarem ao combate, enquanto outras respeitam as decisões de seus filhos, embora todas compartilhem uma mensagem de apelo ao governo para que as vidas dos jovens não sejam colocadas em risco desnecessariamente.

Essas mães, que têm uma experiência direta com os horrores da guerra, veem suas ações como uma forma de proteção, não apenas para seus filhos, mas para a sociedade como um todo. Um sentimento crescente entre elas é de que é hora de os líderes de Israel reconsiderarem suas ações.

Tensão social em Israel

Com uma população de menos de 10 milhões de pessoas e um serviço militar obrigatório para a maioria dos homens judeus, a recusa em servir é uma questão complexa. O descontentamento social é alimentado por parte da população, especialmente em relação à fala governamental sobre a necessidade de maior inclusão e responsabilidade entre diferentes grupos sociais, como os ultraortodoxos.

Enquanto isso, a pesquisa de opinião indica que cerca de dois terços dos israelenses acreditam que um acordo que inclua a devolução de todos os reféns e a retirada das forças israelenses de Gaza é necessário, refletindo uma mudança significativa nas atitudes desde o início do conflito.

Perspectivas futuras incertas

A resistência crescente entre os soldados e suas respectivas famílias alerta para uma possível redefinição da dinâmica social e política em Israel. As consequências da guerra não apenas afetam diretamente as famílias envolvidas, mas podem ter um impacto profundo na sociedade como um todo, ameaçando a coesão social em tempos de conflito. Com as divisões cada vez mais profundas e um cansaço generalizado, a questão das obrigações militares pode ser revisitada de maneira mais crítica nas atuais circunstâncias.

Por fim, em meio a esse turbilhão de incertezas, a expectativa é de que essa nova postura não só desafie as convenções estabelecidas, mas também provoque uma discussão necessária sobre o futuro da sociedade israelense e sua integridade moral em tempos de crise.

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