Brasil, 12 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Ações judiciais: o caso Mauro Cid e sua delação premiada

O julgamento de Mauro Cid pelo STF destaca a importância das delações premiadas em casos de corrupção.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu a pena de dois anos de prisão em regime aberto para Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em um contexto que revela as implicações do sistema de delação premiada no Brasil. A decisão do STF recebeu atenção significativa, considerando que Cid se tornou uma figura central nas investigações sobre a tentativa de golpe no país.

Pena reduzida e segurança reforçada

Durante suas alegações finais no julgamento, o procurador-geral Paulo Gonet buscou a redução da pena de Cid, que confirmou ter colaborado com a Justiça através de um acordo de delação premiada. Embora o procurador tenha solicitado a diminuição da pena em um terço devido a omissões de Cid, os ministros do STF decidiram manter integralmente os benefícios previstos na delação, ao mesmo tempo que garantiram a Cid e sua família a segurança proporcionada pela Polícia Federal.

Ao conversar com o jornal O Globo, Gonet afirmou que, neste momento, não pretende recorrer da decisão, o que implica que Cid começa a trilhar um novo caminho, agora com direitos que incluem proteção policial.

Delação premiada em foco

O acordo de colaboração de Cid esteve sob scrutinio ao longo do processo, devido a alegações de descumprimento de cláusulas e resistência por parte do delator. Em um momento marcante, a prisão de Cid foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, após a revista Veja divulgar áudios em que Cid expressava seu descontentamento e denunciava pressão para revelar informações que considerava inverídicas.

Em resposta a essa controvérsia, Cid alegou que suas declarações foram um desabafo, embora tenha reafirmado que seus depoimentos foram realizados voluntariamente. O desfecho da delação de Cid também impactou outros envolvidos na trama golpista, incluindo Jair Bolsonaro e figuras como Walter Braga Netto e Almir Garnier, que questionaram a validade do acordo e solicitaram sua anulação, sem sucesso.

A confirmação da delação e a penitência

Com a confirmação da delação feita por Cid em setembro de 2024, sua situação se tornou mais favorável, levando-o a cumprir a pena em prisão domiciliar. Recentemente, sua defesa protocolou um pedido no STF para a extinção da punibilidade, argumentando que Cid já cumpriu a pena de dois anos imposta anteriormente.

É importante ressaltar que, com a decisão do STF, Cid não enfrentará qualquer processo no Superior Tribunal Militar (STM) por “indignidade para o oficialato”. Isso se deve ao fato de sua pena não ter ultrapassado os dois anos, evitando assim sanções mais severas que poderiam incluir a perda do posto e patente militar.

Prospectos futuros de Mauro Cid

Além do desfecho de sua condenação, Mauro Cid também protocolou um pedido para transferência à reserva remunerada do Exército, solicitando benefícios proporcionais ao seu tempo de serviço. Este pedido será avaliado por uma comissão e encaminhado ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, que terá a palavra final sobre sua situação.

O caso de Mauro Cid exemplifica as complexidades do sistema de delação premiada no Brasil e a forma como ele pode, efetivamente, impactar os destinos de indivíduos envolvidos em casos de corrupção e desvio de poder. A interação entre a Justiça e a política continua a ser um tema de intenso debate no país, à medida que a sociedade busca um equilíbrio entre a responsabilização de figuras públicas e a manutenção da ordem democrática.

Com a delação premiada de Cid confirmada e as implicações judiciais resultantes, a política brasileira entra em uma nova fase de avaliação sobre as práticas de governança e a necessidade de reformas para garantir a confiança pública nas instituições.

Leia mais sobre o caso aqui.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes