Brasil, 11 de setembro de 2025
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Quarta queda consecutiva nas vendas do comércio varejista

Pelo quarto mês seguido, o comércio varejista brasileiro enfrenta uma queda nas vendas, refletindo um cenário econômico desafiador.

As vendas no comércio varejista brasileiro apresentaram sua quarta queda consecutiva, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11/9). Em julho, as vendas registraram uma redução de 0,3% em comparação ao mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Resultados e tendências de vendas

O levantamento revelou que, nos últimos quatro meses, as vendas acumularam uma perda de 1,1%. Se compararmos julho de 2024, o volume de vendas apresentou um crescimento de 1,0%, enquanto o acumulado do ano mostra um aumento de 1,7%. O total em 12 meses chegou a 2,5% de crescimento.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa, explica que a série de quedas consecutivas indica uma perda de impulso no curto prazo. “Desde março, último mês em que houve crescimento, o setor já registrou uma queda de 1,1% no patamar de vendas”, destaca Santos. Ele acrescenta que a queda é reflexo de um fator base, considerando que março marcava o pico na série ajustada sazonalmente.

Setores com desempenho negativo e positivo

O levantamento da PMC demonstra um equilíbrio entre as taxas de queda e alta no varejo ao comparar junho com julho. Caídas significativas foram observadas em setores como equipamentos e material para escritório, que registrou uma queda de 3,1%, e tecidos, vestuário e calçados, com -2,9%. Outras categorias, como hipermercados e supermercados, também apresentaram redução de 0,3% nas vendas.

No entanto, nem todos os setores foram afetados negativamente. As vendas de móveis e eletrodomésticos cresceram 1,5%, e livros e artigos de papelaria tiveram uma alta de 1,0%. O segmento de combustíveis e lubrificantes também viu um aumento de 0,7%, enquanto artigos farmacêuticos e de perfumaria cresceram 0,6%.

O que é a PMC?

  • A Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em janeiro de 1995, tem como objetivo produzir indicadores sobre o comportamento do comércio varejista no Brasil.
  • O IBGE calcula a pesquisa monitorando a receita bruta de revenda em empresas formais, com 20 ou mais empregados, cuja atividade principal é o comércio.
  • A PMC fornece dados sobre faturamento real e nominal, pessoal ocupado e salários, bem como outras remunerações.

Comércio varejista ampliado

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, e materiais de construção, também mostrou um crescimento de 1,3% em julho em relação ao mês anterior, mas apresentou queda de 2,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano e em 12 meses, o varejo ampliado obteve -0,2% e 1,1%, respectivamente.

Segundo Cristiano, a segmentação do cenário negativo nos últimos meses é evidente, com seis das oito atividades do varejo operando abaixo dos níveis de março. Apenas os segmentos de móveis e eletrodomésticos e o setor farmacêutico estão acima desse patamar.

Desempenho setorial dos varejos

A pesquisa revelou que em três das oito categorias analisadas houve quedas significativas.

Variações dos indicadores:

  • Combustíveis e lubrificantes: 0,2%
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,3%
  • Tecidos, vestuário e calçados: -2,1%
  • Móveis e eletrodomésticos: 1,1%
  • Artigos farmacêuticos e de perfumaria: 0,8%
  • Livros, jornais e papelaria: 1,3%
  • Equipamentos e material para escritório: -3,5%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,1%

O cenário atual sugere que, mesmo diante da diminuição da pressão inflacionária e da redução nos preços de alimentos, as vendas em setores tradicionais como hiper e supermercados não demonstram sinais de recuperação, mantendo-se inalteradas por mais de quatro meses. O setor de equipamentos eletrônicos e informática, por sua vez, apresenta a maior retração, com dois meses consecutivos de queda, refletindo a dinâmica volátil do mercado e os desafios econômicos em curso.

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