O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou recentemente uma nova peça publicitária direcionada ao estado de São Paulo, onde critica duramente a gestão do governador Tarcísio de Freitas, apontando seu alinhamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Este movimento é parte da estratégia do PT para fortalecer sua narrativa política em um cenário eleitoral que já projeta os candidatos de 2026.
A peça publicitária e suas implicações
Na propaganda, veiculada exclusivamente para o público paulista, o PT destaca diversas críticas à administração de Tarcísio, associando-o às sanções econômicas que os Estados Unidos impuseram ao Brasil. Além disso, o vídeo menciona a privatização da Sabesp, empresa de água e saneamento no estado, e aborda o aumento significativo dos pedágios nas rodovias.
Durante a apresentação do material, o PT rata ainda a recente manifestação que contou com a presença de Tarcísio em apoio a Bolsonaro na Avenida Paulista. O ato, recheado de simbologia política, incluindo uma enorme bandeira dos EUA, culminou em uma declaração polêmica do governador, que chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de “tirano”.
Relação com o governo dos EUA e os pedágios
Um dos trechos mais impactantes da propaganda afirma: “Tá na cabeça e no seu dia a dia. O governo de São Paulo está do lado do Trump e dos bilionários”, criticando Tarcísio pelo uso de um boné com a frase “Make America Great Again” durante uma congratulação a Trump no início do ano. Essa ligação com a política americana e o uso da bandeira dos EUA geraram reações negativas dentro da esquerda.
Os pedágios também foram um ponto destacado. A peça menciona o recente aumento nos preços, com alguns chegando a R$ 38,70, questionando: “Olha aí o pedágio mais caro do país. O direito de ir e vir ficou mais difícil.” Esses elementos procuram conectar a insatisfação popular à administração atual, buscando potencializar a crítica ao governo de Tarcísio.
Discurso e silêncio de Tarcísio
A nova estratégia do PT surge em um momento delicado na política de São Paulo, especialmente após o ato em que Tarcísio se posicionou de forma radical. Desde então, o governador adotou um tom mais discreto, evitando compromissos públicos durante a semana do julgamento de Bolsonaro, seu aliado. Essa mudança de postura vem sendo observada com atenção por analistas políticos, que interpretam como uma tentativa de minimizar as consequências de suas declarações anteriores.
Essa nova abordagem do governador, em contraste com seus comentários mais direcionados, acaba por gerar críticas até mesmo entre seus apoiadores, que esperam uma defesa mais ativa durante os momentos de crise. A insatisfação crescente com seu silêncio foi percebida principalmente entre os bolsonaristas, que antes viam Tarcísio como uma figura forte dentro da política paulista.
A resposta do PT e do governo federal
O PT, por sua vez, intensificou a crítica ao governador, seguindo uma estratégia definida em reuniões ministeriais no Palácio do Planalto. Embora Lula tenha reconhecido a relevância política de Tarcísio como um adversário nas eleições de 2026, a orientação tem sido evitar confrontos diretos, transferindo o embate para membros do partido, como a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Na última semana, Rui Costa criticou abertamente o governador, chamando-o de “desequilibrado” e expressando repúdio ao uso da bandeira dos EUA durante a manifestão em questão. Gleisi Hoffmann também se manifestou, ressaltando que Tarcísio estava defendendo “os traidores da pátria” ao se alinhar a uma figura como Trump. A tática do governo federal visa minimizar a exposição pública de Tarcísio, propondo uma abordagem mais cuidadosa e estratégica nas críticas.
O clima político em São Paulo está cada vez mais aquecido, com o PT buscando capitalizar sobre o desapontamento popular em relação a Tarcísio e seu governo. A divulgação desta peça publicitária é um reflexo da intensa disputa política que se aproxima, onde cada movimento pode influenciar decisivamente o panorama das eleições de 2026.