A projeção de crescimento da economia brasileira em 2025 foi ajustada de 2,5% para 2,3%, segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (11) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. A revisão ocorreu após o resultado abaixo do esperado para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, impactado por canais de transmissão da política monetária ao crédito e à atividade econômica.
Desaceleração no crescimento do PIB e seus fatores
De acordo com a Fazenda, o PIB do segundo trimestre apresentou moderação no crescimento, com contribuição negativa da demanda interna para a expansão econômica. “O ritmo de concessões de crédito tem diminuído, acompanhado pelo aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência”, afirmou a pasta.
A Secretaria também destacou uma tendência de desaceleração na expansão da massa de rendimentos real, mesmo com a taxa de desemprego permanecendo no menor patamar da série histórica. Essas informações fazem parte do Boletim Macrofiscal de Setembro, documento que projeta indicadores de curto e médio prazo para orientar o orçamento da União.
Impacto das tarifas e suas estimativas
A SPE estima que, entre agosto de 2025 e dezembro de 2026, as tarifas terão impacto modesto na economia, reduzindo o PIB em 0,2 ponto percentual em relação ao cenário de referência, principalmente por afetar a demanda externa e o investimento. Segundo o relatório, as exportações líquidas devem diminuir 0,1 pp como proporção do PIB, com vendas aos EUA parcialmente compensadas por redistribuição para outros destinos.
A previsão também aponta aumento de 0,1 ponto percentual na taxa de desemprego no período, resultando na perda de aproximadamente 138 mil empregos. A maior parte dessas vagas deve desaparecer na indústria (71,5 mil), seguida pelos setores de serviços (51,8 mil) e agropecuária (14,7 mil).
Projeções para os próximos anos
Para 2025, o Banco Central projeta crescimento do PIB de 2,1%, enquanto o mercado financeiro estima um avanço de aproximadamente 2,19%. Já em 2024, a economia brasileira cresceu 3,4%, ante 3,2% no ano anterior.
Expectativas para o terceiro trimestre
O PIB do segundo trimestre cresceu 0,4%, indicando desaceleração na atividade econômica. A equipe da Fazenda espera que esse ritmo desacelere ainda mais no terceiro trimestre, projetando avanço de apenas 0,4% na margem. Segundo o relatório, o crescimento passou de 1,3% no primeiro trimestre para 0,4% no segundo, influenciado pela queda na produção industrial, na construção civil e na redução dos serviços públicos.
Previsões para 2025 e 2026
Em 2025, a estimativa é de crescimento de 2,3% no PIB real, com inflação (IPCA) acumulada de 4,8%. Para 2026, a previsão é de crescimento de 2,4%, com IPCA de 3,6% ao longo do ano.
O cenário global também tende a influenciar a economia brasileira, como a imposição de tarifas de 50% pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros, o que pode impactar as exportações do país.
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