A equipe sugeriu que esse fenômeno ocorreu devido à transição do objeto de refletir a luz solar off de uma fina camada de poeira vermelha em sua superfície para a liberação de pequenas partículas de gelo brilhantes, que tornaram a pluma ao seu redor mais reflexiva. O 3I/ATLAS fará sua aproximação mais próxima da Terra em 19 de dezembro de 2025, a uma distância de 168 milhões de milhas, equivalente à distância entre nosso planeta e Marte.
Desenvolvimentos intrigantes sobre a origem do objeto
O físico da Universidade de Harvard, Avi Loeb, compartilhou as novidades da equipe austríaca em seu blog, sugerindo que a transformação da cor vermelha para verde-azulada se deve ao aumento na produção de cianeto (CN), com base em observações do Very Large Telescope. O estudo revelou que 3I/ATLAS está emitindo cianeto a uma taxa impressionante de 20 gramas por segundo.
À medida que o 3I/ATLAS se aproxima do Sol, a liberação de cianeto e níquel (sem a presença de ferro) aumenta drasticamente, seguindo um padrão proporcional à nona potência da sua distância do Sol, como explicou Loeb. 3I/ATLAS é considerado o terceiro objeto interestelar observado e, ao contrário do primeiro, o 1I/`Oumuamua, que não apresentou sinais de gás ou poeira, ou do segundo, 2I/Borisov, que se comportou como um cometa típico, o 3I/ATLAS apresenta características únicas, incluindo uma anti-cauda, alterações extremas de cor e uma coma massiva.
Teorias em debate
Embora a equipe austríaca tenha descartado a teoria de Loeb de que 3I/ATLAS poderia ser uma sonda alienígena, devido à sua impressionante luminosidade e tamanho, o físico argumenta que muitos dos dados recentes não foram considerados. Ele também destacou a descoberta de uma pluma incomum de níquel, o que é intrigante pois, em cometas naturais, é sempre detectado níquel junto ao ferro. No caso do 3I/ATLAS, esta emissão acontece sem a presença de ferro, levantando dúvidas sobre a origem desse níquel.
Loeb questionou: “Essa anomalia é outra pista para uma possível origem tecnológica de 3I/ATLAS?” O estudo recente, publicado por astrofísicos no Chile no final de agosto, encontrou que 3I/ATLAS está perdendo níquel a uma taxa de cerca de cinco gramas por segundo. Isso, juntamente com a emissões de cianeto, que também aumentam à medida que o objeto se aproxima do Sol, sugere que os mecanismos que impulsionam essas emissões não são típicos dos processos naturais observados em cometas.
O futuro da observação de 3I/ATLAS
Enquanto novas observações são realizadas e mais dados são coletados, a expectativa é que em 2025, quando o 3I/ATLAS estiver mais próximo da Terra, os cientistas possam aprender ainda mais sobre este intrigante objeto. A comunidade científica está ansiosa para entender como um corpo celeste que passou bilhões de anos viajando pelo espaço se comporta e muda sob a influência do Sol.
Além disso, o aumento da produção de níquel e cianeto é motivo de intenso estudo, pois sugere um comportamento não convencional que desafia a compreensão atual dos cometas. Com mais observações programadas e um crescente interesse no fenômeno, o 3I/ATLAS promete continuar sendo um tema fascinante de pesquisa e debate entre astrofísicos e entusiastas da astronomia em todo o mundo.