Na última quarta-feira (10), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) confirmou a denúncia contra Cleydson Cardoso Costa Filho, um motorista de 26 anos, por tentativa de homicídio doloso, com dolo eventual. A acusação decorre do atropelamento do atleta amador Emerson Pinheiro, ocorrido no bairro da Pituba, em Salvador. O incidente foi marcado por uma série de circunstâncias preocupantes que evidenciam a gravidade da situação.
O atropelamento e suas implicações legais
De acordo com a denúncia do MP, Cleydson dirigia de forma “temerária”, sob a influência de álcool e em alta velocidade, quando perdeu o controle do veículo e atropelou Emerson. O impacto foi tão violento que destruiu um quiosque e colidiu com duas barracas, culminando, inclusive, na remoção de um piquete de concreto, o que demonstra a força do choque.
Além de resultar em graves danos materiais, o MP classificou o ato como uma tentativa de homicídio qualificado, apontando que a maneira como Cleydson dirigia apresentava risco a muitos transeuntes que se encontravam na movimentada Avenida Octávio Mangabeira. A denúncia ressalta ainda que o motorista assumiu o risco de matar e que não se importou com a integridade física de Emerson e de outros pedestres.
Estado de saúde de Emerson Pinheiro
Emerson, o atleta atropelado, teve sua perna direita amputada em decorrência do acidente. No entanto, ele saiu da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral do Estado (HGE) e está se recuperando. Em uma conversa emocionada com sua avó, disse que continuará correndo, independentemente das circunstâncias. “Vou seguir toda a minha jornada, seja de cadeira de rodas, muleta ou prótese”, confidenciou ele, demonstrando uma forte determinação e espírito de superação.
O atropelamento ocorreu enquanto Emerson treinava para uma maratona que será realizada em Buenos Aires, em outubro. O grupo de corredores estava realizando um treino coletivo naqueles exatos momentos, quando o veículo invadiu a calçada, causando pânico e desespero.
Repercussão e apoio comunitário
A comunidade e amigos de Emerson têm se mobilizado intensamente para oferecer apoio à vítima. Desde o dia do acidente, têm promovido campanhas de doação de sangue para aumentar o estoque no hospital e ajudar Emerson em sua recuperação. Corredores locais realizaram um treino em homenagem ao atleta, mostrando que a solidariedade e o apoio coletivos são fundamentais em momentos difíceis como este.
O motorista e sua defesa
Cleydson, que é filho da vereadora de Salvador, Débora Santana, foi preso em flagrante com sinais de embriaguez e teve sua prisão preventiva decretada durante a audiência de custódia. Ele enfrentou várias acusações, além de tentativa de homicídio, também por dirigir com a capacidade psicomotora alterada devido ao consumo de substâncias psicoativas.
Embora sua defesa tenha pedido liberdade, argumentando a necessidade de tratamento psicológico, o juiz negou o pedido, citando a falta de comprovação médica e os relatos de testemunhas que disseram que Cleydson apresentava dificuldades para andar e falar após o acidente.
O que diz a família do motorista
Em um momento de solidariedade, a vereadora Débora Santana publicou uma nota nas redes sociais expressando seu apoio a Emerson e sua família. “Estou inteiramente à disposição para oferecer todo o apoio necessário”, afirmou, destacando a importância de estar presente neste difícil processo de recuperação do atleta.
A situação de Emerson e as repercussões do acidente têm gerado discussões sobre a segurança no trânsito e a responsabilidade de motoristas em situações de embriaguez. O caso continua a ser acompanhado de perto pela sociedade baiana, que espera justiça e, acima de tudo, a recuperação de Emerson Pinheiro.
O atropelamento não apenas impactou a vida de Emerson, mas também trouxe à tona questões essenciais sobre a conscientização no trânsito e os perigos da combinação de álcool e direção, fundamentais para prevenir futuras tragédias.