A Mistral AI, startup francesa especializada em inteligência artificial generativa, avaliou-se em € 11,7 bilhões (US$ 13,7 bilhões) após captação de € 1,7 bilhão em rodada de Série C. Os três fundadores — Arthur Mensch, Timothée Lacroix e Guillaume Lample — tornaram-se os primeiros bilionários do setor de IA na França, cada um com patrimônio líquido estimado em US$ 1,1 bilhão, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Essa riqueza decorre de sua participação de pelo menos 8% na empresa, fundada em Paris em 2023.
Expansão e destaque internacional da startup francesa
A avaliação da Mistral posiciona a empresa como uma das principais do setor de IA na Europa, reforçando o perfil político pro- tecnológico do presidente Emmanuel Macron, que tem promovido a França como polo europeu de inovação em inteligência artificial. Com cerca de 350 funcionários, a companhia mantém escritórios no centro de Paris, além de presença nos Estados Unidos, Londres, Luxemburgo e Cingapura, e já possui contratos no valor de € 1,4 bilhão.
Poder de competição na Europa
A empresa desenvolve modelos de linguagem avançados e criou um chatbot chamado “Le Chat”, que surge como uma alternativa francesa ao ChatGPT, da OpenAI, e ao Deepseek, da China. Investidores de peso, como DST Global, Andreessen Horowitz, Bpifrance — fundo estatal francês — e alguns nomes ligados à elite financeira francesa, apoiam a iniciativa. Segundo Mensch, os três fundadores e os colaboradores continuam majoritários na empresa, mesmo após a rodada de captação.
Investimento e perfil de atuação da Mistral
Na captação atual, a empresa obteve financiamento de € 1,7 bilhão, com novos aportes da holandesa ASML Holdings, fabricante de equipamentos para produção de chips avançados. Apesar do crescimento, a Mistral ainda é considerada “pequena” frente a gigantes como a OpenAI, Anthropic e Google, que captaram volumes de capital muito maiores. Sua sede fica no centro de Paris, com escritórios também em Londres, Luxemburgo e Cingapura.
Contexto e contribuição para o setor europeu de IA
A presença da Mistral e seus fundadores na vanguarda da inteligência artificial reforça o esforço da Europa em reduzir sua dependência de empresas americanas, promovendo soberania tecnológica. Em entrevista ao Fórum Econômico Mundial, Mensch destacou o talento europeu como diferencial e ressaltou a responsabilidade de mostrar que “não estamos à venda”.
Especialistas apontam que a empresa, apesar de ainda ser considerada menor em comparação a outros players globais, representa uma aposta forte na inovação europeia na área de IA, expandindo a influência do continente no mercado mundial.
O sucesso dos fundadores também valoriza a alta formação acadêmica na França, com Mensch vindo da École Polytechnique e tendo passado pelo DeepMind, do Google. Lample também estudou na Polytechnique e na Carnegie Mellon University, enquanto Lacroix trabalhou na Meta antes de assumir a liderança na startup.
Mais detalhes sobre a história e os planos futuros da Mistral podem ser acessados na matéria completa no Globo.