Mais uma noite especial no Maracanã. O Fluminense fez valer ontem o espírito copeiro, conseguiu a virada sobre o Bahia com o placar de 2 a 0 — o jogo de ida terminou 1 a 0 para o time baiano — e avançou à semifinal da Copa do Brasil. Diante de quase 50 mil tricolores, o time de Renato Gaúcho passou em branco no primeiro tempo, mas sua ambição falou mais alto depois do intervalo. Com um pênalti convertido e uma assistência, Canobbio tinha tudo para sair como herói, mas o ídolo e capitão, Thiago Silva, tomou para si o protagonismo com um gol na reta final que garantiu uma classificação mais do que merecida.
A determinação de Thiago Silva
— Hoje eu falei pra eles no início do jogo que, independentemente do que aconteça durante os 90 minutos, entreguem tudo o que vocês têm. Só que eu não sabia que seria dessa maneira, tão bonita para mim, com as cores do Fluminense. No fundo do meu coração, eu não quero parar aqui, eu quero chegar em dezembro e comemorar um título, porque eu praticamente sei que vai ser o último da minha carreira — disse Thiago Silva, na saída de campo.
Pressão desde o início
Com a desvantagem no placar agregado e jogando em casa, o Fluminense só tinha uma escolha a fazer: pressionar o adversário desde o apito inicial. E conseguiu, mas não do jeito que gostaria. Thiago quase abriu o placar após cruzamento na medida de Guga, que completou 100 jogos com a camisa tricolor e substituiu mais uma vez Samuel Xavier, fora por lesão no músculo anterior da coxa esquerda.
Diante de um Bahia acuado na defesa, o time de Renato Gaúcho chegou a ter uma posse de bola acima de 70% no primeiro tempo, mas, ao mesmo tempo, a primeira finalização no gol foi apenas com Nonato, aos 35. Apesar de conseguir ocupar o campo de ataque, o tricolor carioca encontrou dificuldades para furar a retranca adversária e recorria, muitas vezes, aos cruzamentos pelas laterais.
A estratégia de Renato Gaúcho
Ciente da dificuldade do time em ser mais incisivo à frente, Renato desmontou o trio de volantes ao tirar, na virada do intervalo, Nonato para a entrada de Lucho Acosta, conhecido justamente por ser um meia de criação. Com Serna apagado pela ponta esquerda na primeira etapa, outra mudança foi a inversão do colombiano com Canobbio, que marcaria um gol de pênalti aos 9 minutos do segundo tempo, após cruzamento de Renê bater no braço esquerdo de Michel Araújo.
Quem acertou o passe para o lateral-esquerdo foi justamente Acosta, que mudou a dinâmica ofensiva com toques de qualidade e aproximações no meio-campo. Se o Fluminense sentiu falta de um camisa 10 nos primeiros 45 minutos, o argentino, que tem apenas cerca de um mês no clube, já vem dando sinais que pode ser útil no restante da temporada e, quem sabe, assumir a titularidade.
O gol da classificação
No embalo da abertura do placar, o Flu foi recompensado por seguir com a postura ofensiva. E não havia melhor jogador para decretar a classificação. Com mais uma partida de almanaque no currículo, Thiago Silva cabeceou com estilo após cruzamento de Canobbio em cobrança de falta.
— Essa bola foi treinada. Tive, inclusive, um torcicolo por treinar tanto. Eu até falei para o Guga agora: “Meu pescoço não doeu à toa” — brincou o zagueiro.
Desempenho do Bahia
Do outro lado, o Bahia de Jean Lucas, que jogou a partida inteira, mesmo tendo atuado anteontem na altitude da Bolívia com a seleção brasileira, deixou a desejar tanto ofensivamente quanto defensivamente. O time não conseguiu responder à pressão do Fluminense, o que culminou em sua eliminação.
Próxima fase em dezembro
Agora semifinalista da Copa do Mundo de Clubes e da Copa do Brasil, o Fluminense volta a entrar em campo no sábado, em casa, às 21h, diante do Corinthians, pelo Brasileiro. No torneio eliminatório, as semifinais só serão disputadas em 10 e 14 de dezembro, uma quarta-feira e um domingo, respectivamente. Canobbio está fora do primeiro jogo, suspenso.
