No contexto atual da política brasileira, a metáfora da corrosão interna, utilizada por diversos líderes, destaca uma preocupação fundamental sobre a saúde do nosso Estado Democrático de Direito. Durante uma discussão recente, o advogado Cristiano Zanin e o ministro da Justiça, Flávio Dino, trouxeram à tona a análise do que poderia ser visto como uma doença insidiosa que, embora invisível, afeta profundamente a integridade do corpo político e jurídico do país.
Corrosão interna: um vírus invisível da democracia
O uso da metáfora da corrosão interna pelo advogado Zanin remete à ideia de que, assim como uma enfermidade que se manifesta lentamente, os problemas políticos e jurídicos podem se disseminar sem que os cidadãos tenham plena consciência do seu avanço. “Ele é insidioso, invisível e, portanto, um dia você tem uma dor no braço, no outro não,” disse Zanin, enfatizando que muitos problemas são tratados de forma superficial, sem uma análise mais profunda do que está realmente acontecendo na política.
Esse estado de saúde democrática é frequentemente desconsiderado até que se chegue a um ponto de crise. É como se, até lá, ninguém se preocupasse em identificar e tratar as enfermidades que podem tornar-se fatais para a coletividade. A mensagem subjacente é clara: a sociedade não pode ignorar os sinais de que algo não vai bem.
O papel do check-up democrático
Em um momento de troca de opiniões, o ministro Dino complementou a discussão, afirmando que “esse julgamento é um check-up da democracia”. Essa analogia propõe que momentos de avaliação e reflexão dentro do sistema democrático são essenciais para a sua sobrevivência e boa saúde. Dinamizar a política com a prática de check-ups regulares parece ser um passo necessário para evitar que essa “doença” avance, contaminando áreas vitais da sociedade.
Essa comparação com a medicina demonstra a urgência de se promover diálogos respeitosos e construtivos, além de um incremento na educação política e cidadã. “A pessoa inteligente cuida da saúde para não tratar da doença,” salientou Zanin, enfatizando a importância de uma proatividade na defesa das instituições democráticas, evitando que a corrupção e a injustiça se estabeleçam como normas.
O que podemos fazer para preservar a democracia?
A reflexão proposta por ambos os líderes sugere que a manutenção da saúde do Estado envolve a participação ativa da população. Mas o que isso realmente significa? Em primeiro lugar, é fundamental que os cidadãos se informem sobre os acontecimentos políticos, entendendo suas implicações e, mais importante ainda, exigindo transparência e responsabilidade dos representantes eleitos.
O modelo democrático é um reflexo da vontade popular, mas também depende de uma cultura de respeito às normas e direitos. A corrosão interna pode ser combatida com ações que promovam o exercício consciente da cidadania, que inclui o voto consciente e o engajamento em manifestações democráticas.
Conclusão: Vigilância e ação são essenciais
A metáfora da corrosão interna, declamada por Cristiano Zanin e o ministro Flávio Dino, serve como um alerta sobre o estado de saúde do Brasil como uma democracia. Precisamos de um mecanismo permanente de vigilância, um check-up regular sobre o que acontece em nossas instituições e com nossos direitos. Somente assim, com a participação ativa da população, será possível evitar que os problemas se tornem doenças instaladas. Preservar a democracia é um ato de disponibilizar nossos melhores esforços para garantir que não apenas sobrevivamos, mas que floresçamos como uma nação.
Assim, devemos todos nos comprometer a olhar criticamente para o estado das coisas, a cuidar da saúde de nossa democracia, promovendo um ambiente saudável que respeite e preserve a justiça e os direitos de todos os cidadãos.