O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira que a maior parte das exportações de celulose e ferro-níquel para os Estados Unidos está livre da tarifa de 10%, que foi implementada em abril deste ano. Essa mudança representa um avanço significativo nas negociações comerciais entre os dois países, principalmente para o setor de celulose do Brasil.
Impacto nas exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que, em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 1,84 bilhão desses produtos para os EUA, representando 4,6% do total exportado ao país. Destes, US$ 1,55 bilhão correspondem à categoria de pastas químicas de madeira, que engloba pastas coníferas e não coníferas, sendo o maior destaque das vendas.
Com a isenção, esses produtos deixam de ser afetados pela tarifa de 10%, além de já estarem fora da tarifa de 40% vigente até recentemente. Assim, esses itens passam a compor a parcela de 25,1% das exportações brasileiras que não sofrem tarifas adicionais, fortalecendo as relações comerciais entre os dois países.
Outros setores ainda sob tarifas
Apesar do avanço, outros produtos, como minerais brutos, níquel e herbicidas, continuam sujeitos à tarifa de 40%. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 113 milhões desses produtos aos EUA. Além disso, dez itens que se beneficiaram da retirada da tarifa de 10% permanecem sob a tarifa de 40%.
Tarifas específicas e limitações
A Nota do MDIC informa que 76 produtos brasileiros continuam sujeitos às tarifas da Seção 232 da Lei de Comércio dos EUA, enquanto sete itens, relacionados a insumos químicos e plásticos industriais, passaram a estar cobertos por essa tarifa de 10%, além dos 40% já aplicados ao Brasil. Esses sete produtos representam cerca de US$ 145 milhões em exportações em 2024.
Perspectivas futuras e declarações oficiais
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do MDIC, destacou o esforço do governo para reduzir as tarifas americanas sobre produtos brasileiros. “O avanço na isenção de tarifas para celulose e ferro-níquel é importante, mas ainda há muito a ser feito”, afirmou. Ele reforçou que o governo continuará trabalhando para ampliar essas isenções e facilitar o comércio bilateral.
Para o setor de café e cacau, no entanto, não houve alterações. Esses produtos continuam sujeitos a uma tarifa de 50% nos EUA, o que mantém uma barreira significativa às exportações brasileiras nesse segmento.
Mais detalhes sobre os acordos comerciais podem ser vistos na matéria completa no Globo.