A recentemente divulgada pesquisa Datafolha mostra que a aprovação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu uma leve alta, situando-se em 33% de avaliações ótimas ou boas. Apesar dessa recuperação, os índices de reprovação continuam a superar a aprovação, refletindo um panorama político desafiador, especialmente com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em curso.
A recente pesquisa e seus impactos
Realizada entre os dias 9 e 10 de setembro, a pesquisa Datafolha envolveu entrevistas com mais de 2 mil pessoas em 133 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Segundo os dados, 33% dos entrevistados avaliam a gestão de Lula como ótima ou boa, uma recuperação de quatro pontos em comparação à pesquisa de julho. Em contrapartida, a reprovação ao governo permanece maior, com 38% dos entrevistados considerando a administração ruim ou péssima. Outros 28% a classificam como regular.
O cenário político em evolução
A recuperação da imagem de Lula ocorre em um momento conturbado, marcado pelo julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de atentado à democracia. A administração de Lula, que começou o ano com dificuldades devido à crise política e problemas econômicos, conseguiu, neste último levantamento, retomar parte do apoio popular que havia perdido. Em dezembro de 2024, a aprovação havia caído para 24%, e agora, com a nova pesquisa, a avaliação subiu ligeiramente.
No decorrer dos últimos meses, os índices mostraram um declínio acentuado na popularidade de Lula, com a administração alcançando 25% de aprovação e 41% de reprovação antes dessa recuperação. O resultado atual marca a interrupção de um período prolongado de estagnação.
Comparação com os índices de Bolsonaro
A avaliação de Lula é significativamente melhor quando comparada à de seu antecessor. Após dois anos e nove meses de mandato, Lula registra 33% de aprovação, enquanto Bolsonaro, no mesmo período, obteve apenas 22%. Na avaliação referente ao trabalho pessoal de Lula, os dados demonstram um empate, com 48% de aprovação e 48% de desaprovação, uma leve melhora em relação aos 46% de aprovação em julho.
Perfil dos apoiadores e críticos
O levantamento também expõe um panorama sobre o perfil do eleitorado. A aprovação é mais forte entre os nordestinos (45% de avaliação positiva), pessoas com menor grau de escolaridade (40%) e grupos de renda mais baixa (39%). Por outro lado, a reprovação atinge seus picos no Sul do Brasil (52%), entre evangélicos (52%), e entre aqueles com ensino superior (46%), além de uma parcela significativa do eleitorado de maior renda. A pesquisa indica que, no Nordeste, a aprovação do governo aumentou de 38% para 45%, um dado encorajador para Lula e seu partido, que sempre tiveram o apoio daquela região.
Desafios futuros e potencial de recuperação
Apesar da leve alta nos índices de aprovação, Lula continua a enfrentar desafios significativos. A popularidade dos governantes tende a ser volúvel, especialmente em contextos políticos tão polarizados. O ex-presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, embora enfrentando problemas legais, ainda mantém uma base significativa de apoiadores, o que pode influenciar o eleitorado nas próximas eleições.
No entanto, com o prosseguimento do julgamento e a possibilidade de instabilidade dentro da oposição, o governo Lula pode encontrar uma oportunidade de reforçar seu apoio e avançar em suas políticas. A recuperação de sua imagem e a gerência das questões políticas e econômicas nos próximos meses serão cruciais para determinar sua trajetória até a próxima campanha presidencial.
Em resumo, a pesquisa mostra uma recuperação moderada da aprovação do governo Lula, mas a necessidade de superar a reprovação ainda é um desafio que não deve ser subestimado, especialmente em um cenário repleto de incertezas políticas.