Neste domingo, Donald Trump gerou indignação ao afirmar, durante um evento em Washington, que discussões no ambiente familiar, como “uma briga com a esposa”, não deveriam ser classificadas como crimes. A declaração foi feita enquanto Trump defendia a sua gestão na área de segurança pública, alegando que a criminalidade no país estaria “quase inexistente” graças ao seu controle sobre a polícia federal.
Trump sugere que conflitos domésticos não devem pesar na estatística de criminalidade
Durante sua fala no Museu da Bíblia, o ex-presidente afirmou que certas disputas familiares, que ele chamou de “pequenas brigas”, seriam unjustamente contabilizadas como crimes nas estatísticas oficiais. “Se um homem tem uma pequena discussão com a esposa, dizem que isso é crime. Assim, eles inflaram os números de criminalidade, o que prejudica minha reputação”, declarou Trump, gerando velocidade na viralização do trecho em plataformas como X (antigo Twitter).
A fala do ex-presidente provocou forte reação negativa nas redes sociais. Especialistas e ativistas alertam que negligenciar ou minimizar a violência doméstica é um erro grave, uma vez que esses conflitos frequentemente evoluem para episódios mais graves, incluindo homicídios e violência comunitária.
Estudos comprovam a gravidade da violência doméstica
Segundo dados do CDC, 40% das mulheres e 25% dos homens já sofreram violência física, sexual ou stalking por parceiros íntimos. Em Washington, DC, quase metade das mulheres e mais de 40% dos homens já vivenciaram algum tipo de violência ou perseguição por parte de parceiros ao longo da vida, conforme relatório divulgado recentemente.
Relação entre violência doméstica, homicídios e crimes em massa
Autoridades da DC Coalition Against Domestic Violence ressaltam que quase 70% dos criminosos envolvidos em tiroteios em massa têm histórico de violência doméstica ou já tinham matado um parceiro ou membro da família anteriormente. Especialistas alertam que esses episódios demonstram a ligação direta entre conflitos no lar e o aumento da violência na comunidade.
Desmonetização de programas de apoio às vítimas
Desde que assumiu o cargo, o governo Trump reduziu milhões de dólares em financiamentos destinados ao apoio às vítimas de violência. A procuradora-geral Pam Bondi destacou as cortes de verba, alegando que eram “desperdício”, e criticou iniciativas que atendem populações LGBTQ+.
Para especialistas, a downplay da violência doméstica por Trump reforça uma visão calhorda de que certos conflitos não são “sérios” o suficiente para serem considerados crimes. Ainda que os números mostrem a gravidade do problema, seu discurso reflete uma despreocupação com a segurança de milhões de brasileiros e americanos vulneráveis.
Críticas e reflexões
Psicólogos e ativistas reforçam que a minimização das brigas no ambiente familiar desconsidera a complexidade e o potencial de risco desses conflitos. “Uma discussão pode parecer inofensiva, mas muitas vezes é o primeiro passo para algo mais perigoso”, alerta a advogada e porta-voz da DC Coalition Against Domestic Violence.
Com um histórico repleto de acusações de abuso sexual e declarações que defendem comportamentos não condizentes com uma liderança responsável, Trump segue alimentando o debate sobre sua postura em relação à violência e à segurança pública. “Se um presidente não leva a sério uma questão tão fundamental, como podemos esperar que o faça no dia a dia dos cidadãos?”, questionam analistas.
Como buscar ajuda
Para quem enfrenta ou conhece alguém que sofre violência doméstica, há linhas de apoio confidenciais, como o 180 (Brasil) ou o National Domestic Violence Hotline, disponível em thehotline.org. Em caso de emergência, disque 911. Programas de suporte estão disponíveis para ajudar vítimas a saírem de situações de risco.