Brasil, 10 de setembro de 2025
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STF retoma julgamento da trama golpista com voto de Fux

Ministro do STF apresenta pontos cruciais no julgamento do caso que envolve Bolsonaro e militares réus. Entenda os detalhes.

O julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) ganha novos contornos nesta quarta-feira, com a expectativa em torno do voto do ministro Luiz Fux. Este julgamento é de grande relevância para o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus envolvidos, incluindo membros das Forças Armadas. À medida que as defesas aguardam ansiosamente as declarações de Fux, apresentamos cinco pontos-chave que devem ser observados durante sua manifestação.

Pontos críticos do voto de Fux no julgamento

1. Divergências em relação aos crimes

A principal controvérsia reside na postura de Fux sobre a chamada “absorção de crimes”. O ministro argumenta que os réus não devem ser condenados simultaneamente por tentativa de golpe de Estado e por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que poderia resultar em dupla condenação. Essa perspectiva, se mantida, poderia levar a uma redução das penas de Bolsonaro e demais réus. Até o momento, Fux é o único ministro a defender essa posição.

2. Grau de participação dos réus

Um dos pontos que geram muita expectativa é a posição de Fux em relação ao grau de participação dos réus. O ministro Flávio Dino, que acompanhou o julgamento, argumentou que determinados réus, como os generais Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, tiveram uma participação “de menor importância”, o que poderia implicar em penas mais brandas. Em contrapartida, Moraes não reconhece distinções e vê todos como igualmente responsáveis pelo plano golpista. A decisão de Fux neste aspecto será crucial.

3. Delação de Mauro Cid

O voto de Fux também deve abordar a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Fux já demonstrou ceticismo quanto às omissões nas declarações de Cid, que considerou “delações independentes” e sem total coerência. Essa análise pode divergir da visão de Moraes, que considera a delação como um conjunto sólido de evidências que reforçam as acusações contra os réus.

4. Julgamento na Turma ou no plenário

Fux, em manifestações anteriores, defendeu que um caso dessa magnitude deveria ser julgado pelo plenário do STF, composto por 11 ministros, em vez da Primeira Turma, que conta com apenas cinco. Essa perspectiva foi reafirmada durante a última sessão, mas a probabilidade de que seu pedido para levar o caso ao plenário seja aceito é baixa, com a tendência de votação previsivelmente desfavorável.

5. Posição sobre anistia

Os juristas e observadores do tribunal também estão atentos a como Fux se posicionará em relação à proposta de anistia que está sendo discutida no Congresso. Moraes e Dino já criticaram abertamente qualquer projeto de perdão a crimes contra a democracia, que inclui aqueles cometidos em 8 de janeiro, o que se reflete na postura do STF em relação a este tema. Fux já votou contra uma decisão anterior de Bolsonaro que concedia indulto a um ex-deputado, indicando que não é favorável a anistias para crimes dessa natureza.

O desdobramento deste julgamento é de vital importância para a democracia brasileira, uma vez que toca em questões fundamentais sobre a defesa do Estado de Direito e os limites das ações políticas. À medida que a manifestação de Fux se aproxima, a expectativa e a tensão aumentam tanto no tribunal quanto nas esferas políticas do país.

O próximo capítulo deste processo será marcado pelas palavras do ministro Fux, que prometem moldar não apenas o futuro dos réus, mas também a estrutura da justiça no Brasil.

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