Brasil, 11 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

STF condena general Braga Netto por abolição violenta do Estado Democrático

Resultado marca momento crucial no julgamento de figuras-chave da crise política no Brasil.

O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou uma decisão histórica nesta quarta-feira (10/9), formou maioria para condenar o general Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A decisão foi proferida após o voto do ministro Luiz Fux na Primeira Turma da Corte, confirmando também o entendimento de outros magistrados sobre a gravidade da situação política do país.

A estrutura do julgamento

Durante a sessão, o ministro Fux alinhou sua votação com o que já havia sido decidido quanto ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, reconhecendo a tentativa de abolição da ordem democrática. No entanto, Fux rejeitou a imputação de outros crimes contra Braga Netto. Confira a análise detalhada de sua votação:

  • Organização criminosa: improcedente
  • Dano qualificado: improcedente
  • Golpe de Estado: improcedente
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: procedente
  • Deterioração de patrimônio tombado: improcedente

Contexto jurídico e político

A Procuradoria-Geral da República (PGR) citou Bolsonaro e sete aliados em sua denúncia, que envolvia cinco crimes distintos, entre eles a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O caso levanta questões relevantes sobre a integridade das instituições democráticas do Brasil e seu funcionamento durante períodos de crise política.

No início da sessão, Fux já havia indicado sua posição contrária às acusações contra Jair Bolsonaro, argumentando que não havia provas suficientes da participação do ex-presidente em qualquer suposta trama golpista. Para Fux, críticas políticas são parte da liberdade de expressão e não configuram crime de golpe de Estado, ressaltando a fragilidade das acusações.

Divergências entre os ministros do STF

Embora Fux tenha concordado com a caracterização da abolição violenta da ordem democrática, ele divergiu de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que apoiaram uma condenação mais ampla dos réus. Essa divisão entre os ministros sugere um debate interno sobre a interpretação das ações dos envolvidos e o que constitui uma ameaça ao Estado democrático.

Além do general Braga Netto, o STF ainda precisa decidir sobre as acusações contra outros três réus, incluindo Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Augusto Heleno (ex-ministro do GSI). O julgamento, sem dúvida, continuará a gerar repercussões significativas na política nacional.

Expectativas para a continuação do julgamento

Os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, devem apresentar seus votos até a próxima sexta-feira (12/9). Somente após essa etapa será definida a dosimetria das penas, um momento crucial para determinarmos o impacto real dessa decisão histórica e suas implicações futuras para o sistema político e judicial do Brasil.

À medida que o julgamento avança, a atenção do país se concentra nas respostas do STF e nas consequências para a democracia, um fator que continua a moldar a esfera política brasileira.

Em um cenário onde as instituições estão sob crescente pressão, o resultado deste julgamento poderá influenciar não apenas as figuras diretamente envolvidas, mas todo o tecido social e político do Brasil.

Para mais detalhes sobre o julgamento e suas implicações, acompanhe nossas atualizações e análises.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes