Brasil, 10 de setembro de 2025
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PT critica voto de Fux sobre nulidade do julgamento de Bolsonaro

O partido afirmou que o ministro é contraditório e apoia a impunidade de réus da trama golpista.

Nesta quarta-feira (10), o perfil oficial do PT no X expressou fortes críticas ao voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Fux manifestou seu apoio à nulidade total do processo relacionado à trama golpista, levantando questões preliminares durante a sessão de julgamento. O partido considerou a posição de Fux “contraditória”, afirmando que sua decisão poderia favorecer “a impunidade dos réus” envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, políticos e membros das forças armadas.

A contradição no voto de Fux

O PT destacou, em sua publicação, que Fux tem uma trajetória de avaliar milhares de ações ligadas aos ataques golpistas de 8 de janeiro, sem contestar antes a competência do STF. No entanto, ao se deparar com o julgamento dos principais protagonistas do golpe, o ministro alegou que a corte não tinha competência para decidir sobre o caso. Essa postura foi criticada duramente pelo partido, que ressaltou que Fux “trai a democracia, a justiça, as instituições brasileiras e o próprio Supremo”.

As redes sociais reagiram rapidamente ao posicionamento do PT. A hashtag “Fux apoia golpista” se tornou um trending topic, acumulando mais de 50 mil menções, enquanto a hashtag concorrente, “Fux honra a toga”, usada por apoiadores de Bolsonaro, alcançou mais de 80 mil tuítes. Essa batalha de narrativas digitais reflete a polarização intensa em torno do julgamento.

Reações de parlamentares

Parlamentares do governo também se manifestaram criticando o voto de Fux. A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) declarou que a decisão do ministro estava “100% alinhada” com os interesses da defesa do ex-presidente. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou a incongruência nas posições de Fux, observando que em uma votação anterior ele havia reconhecido a autoria e materialidade dos crimes da trama golpista.

“É incompreensível o voto de Luiz Fux. O ministro votou para anular o processo desde o recebimento da denúncia, mas em março havia votado pelo acolhimento, reconhecendo a existência de crimes”, afirmou Jandira Feghali, refletindo a confusão que seu voto gerou.

A crítica de Chico Alencar

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) fez menção à expressão “In Fux We Trust”, que se popularizou durante a Operação Lava Jato, e se mostrou cético quanto à postura do ministro em relação ao julgamento atual. Ele ironizou a situação, afirmando que Fux estava mais preocupado em aproveitar as férias do que com a justiça.

O papel das instituições

Maria do Rosário (PT) ressaltou que, embora divergências individuais sejam normais em um ambiente democrático, é a decisão colegiada do STF que deve prevalecer. “O bom de uma democracia é que pode haver divergência em julgamentos entre os juízes, mas que a verdade, o direito e os fatos se encontrem com a Justiça”, enfatizou.

Outros parlamentares, como Talíria Petrone (PSOL-RJ), afirmaram que o voto de Fux reforça a ideia de que o STF não deve ser visto como um órgão partidarizado. “Bolsonaro será condenado com lisura e justiça, como manda a nossa Constituição”, mencionou a deputada.

A deputada Duda Salabert (PSOL-MG) foi mais contundente em suas críticas, alegando que Fux ao negar a competência do STF para analisar o caso “mina a autoridade” da corte e cria insegurança pública. O vereador Pedro Rousseff (PT-MG), sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, elevou o tom, classificando o voto de Fux como “100% ilegal” e o rotulando de “capacho de Bolsonaro”.

Esse cenário evidencia não apenas a divisão política em relação ao STF, mas também a importância deste julgamento para o futuro político do Brasil. O desdobramento da crise instaurada em 8 de janeiro continua a ser um tema central nas discussões políticas do país, refletindo a necessidade de uma análise cuidadosa sobre a justiça e a democracia no Brasil.

Matéria em atualização

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