Na Audiência Geral desta quarta-feira (10/09), Papa Leão XIV falou diretamente aos peregrinos de língua árabe, encorajando-os a “transformar o grito dos momentos de provação e tribulação em oração confiante”. Durante a cerimônia, também ressaltou a importância de lembrar as crianças polonesas vítimas da guerra, fazendo um apelo por orações e apoio a projetos humanitários que atendam, especialmente, às crianças da Ucrânia, Gaza e outras regiões em conflito.
Uma mensagem de esperança e fé
O Papa iniciou sua homilia elogiando a presença dos fiéis que lotaram a Praça São Pedro, enfatizando a coragem deles em enfrentar as difíceis condições climáticas do dia. Ele compartilhou uma reflexão profunda sobre a cruz de Jesus, que não é um símbolo de silêncio, mas de um grito intenso que expressa dor, fé e entrega a Deus.
“Na cruz, Jesus não morre em silêncio. Ele deixa a sua vida com um grito”, destacou, reforçando que essa expressão de dor pode se transformar em um ato de fé e confiança. Ele fez questão de lembrar que, mesmo em momentos de dor, como aqueles enfrentados por muitos ao redor do mundo, a oração e a confiança em Deus são fundamentais.
“Saúdo os fiéis de língua árabe, especialmente aqueles que vêm da Terra Santa. Convido-os a transformar seus gritos de provação em orações confiantes, pois Deus sempre ouve seus filhos e responde de acordo com seu plano”, afirmou o Papa, ressaltando a importância da fé em momentos de tribulação.
Dia Nacional das Crianças Polonesas Vítimas da Guerra
Na mesma audiência, Leão XIV lembrou que o dia 10 de setembro marca o Dia Nacional das Crianças Polonesas Vítimas da Guerra. Ele pediu que os poloneses se recordassem das crianças que sofreram durante conflitos passados e presentes. “Lembrem-se em suas orações e projetos humanitários também das crianças da Ucrânia, de Gaza e de outras regiões do mundo atingidas pela guerra”, orientou o Papa.
A essa juventude, muitas vezes desprotegida e vulnerável, Leão XIV confiou à proteção de Nossa Senhora. “Confio vocês e as crianças que hoje sofrem à proteção de Maria, Rainha da Paz, e os abençoo de coração”, disse, enfatizando a necessidade de solidariedade e compaixão entre as nações.
A importância de dar voz aos sofrimentos
Mais adiante, o Papa refletiu sobre a natureza humana de expressar suas dores. Ele afirmou que, como Jesus, não devemos ter medo de gritar ao Pai em momentos de necessidade. “Existem momentos na vida em que guardar tudo dentro pode nos consumir lentamente”, alertou ele, incentivando os fiéis a liberar seus sentimentos através da oração sincera e humilde.
Ao se dirigir aos peregrinos de língua espanhola, Leão XIV exortou a união em oração e ação: “Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a dar voz aos sofrimentos da humanidade através da nossa oração e de obras concretas de caridade”, destacou. Esta convocação para ação deve não apenas consolar, mas também inspirar esperança em um mundo que muitas vezes se sente desgastado por conflitos e incertezas.
Um apelo à compaixão global
As palavras do Papa ressoam como um chamado universal à compaixão. Ele instiga a fragilidade da vida em um contexto de guerras e crises, ao mesmo tempo que promove a força da oração e da união entre os indivíduos. “O clamor da humanidade deve ser ouvido, e nossas orações podem ser a fonte de esperança para todos”, finalizou Leão XIV, estabelecendo a conexão entre a dor e a possibilidade de transformação através da fé.
Ao final, Leão XIV deixou uma mensagem clara: mesmo em tempos de desespero, a esperança deve prevalecer. As vozes dos que sofrem devem ser ouvidas, e a resposta deve ser uma onda de amor, solidariedade e ações humanitárias que busquem aliviar o sofrimento da humanidade. Com isso, o Papa resgata o significado do grito de Jesus na cruz, transformando-o em um clamor por justiça, paz e reconciliação.
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