Nina Dobrev, conhecida por seu papel como Elena Gilbert em “The Vampire Diaries”, abriu um tema polêmico sobre sua experiência na série. Aos 20 anos, a atriz revelou que precisou lutar por salários justos, apesar de ter realizado tarefas superiores às dos seus colegas masculinos.
Trabalho dobrado e salário menor
Durante o livro de Samantha Highfill, “I Was Feeling Epic”, Nina explicou que, além de interpretar Elena, ela desempenhava múltiplos papéis de doppelgängers, o que significava trabalhar mais horas e memorizar o dobro de diálogo. “Minha contratação só previa Elena, mas eu tinha que ser várias characters, o que aumentava minha carga de trabalho”, afirmou ela, segundo o The Hollywood Reporter.
Apesar de, posteriormente, ter recebido um aumento salarial, Nina afirmou que nunca recebeu valor igual ao de Ian Somerhalder (Damon) e Paul Wesley (Stefan), que recebiam mais por trabalharem menos horas. “Queriam que eu fosse paga de forma justa, mas nunca exatamente igual”, destacou.
Retorno e luta por paridade na despedida
Para a última temporada, Nina aceitou retornar ao elenco, mas revelou que enfrentou resistência financeira. “No início, me ofereceram cinco vezes menos do que ganhava na temporada final. Foi por essa razão que quase não voltei”, contou ela. “A princípio, não era pelo dinheiro, mas pela princípio: queria ser paga como uma parceira igual aos rapazes.”
Ela também comentou que, ao negociar a sua participação no episódio final, precisou “sezer” para obter o mesmo pagamento de antes. “Foi uma luta, mas senti que era importante para ela, para as fãs e para minha dignidade.”
Reação dos fãs e críticas ao setor
Após a divulgação do relato de Nina, diversos seguidores nas redes sociais expressaram indignação com a desigualdade salarial na indústria do entretenimento. “[…] Trabalhou exaustivamente, fez cenas duplas e ainda assim foi paga menos”, escreveu um fã no Reddit. “Ela era a personagem principal e merece ser valorizada”, opinou outro.
Especialistas indicam que, na maioria dos casos, atores iniciais de séries só negociam salários maiores no terceiro ou quarto anos. “Isso reforça a desigualdade na indústria, onde o valor das mulheres muitas vezes é menor, mesmo com carga de trabalho mais intensa”, aponta o especialista em direitos trabalhistas do setor audiovisual.
Reflexões sobre valorização feminina na TV
A história de Nina evidencia uma questão recorrente de desigualdade salarial entre atores masculinos e femininos. “Ela colocou sua carreira em risco por respeito e remuneração honesta. Isso causa reflexão sobre como o setor ainda precisa evoluir em relação à equidade de gênero e reconhecimento do esforço feminino”, comenta uma analista de mídia especializada.
Embora a estrela tenha mostrado disposição em voltar para fechar a história da personagem, sua experiência reacende o debate sobre os direitos dos profissionais do audiovisual e a necessidade de uma mudança estrutural na indústria.
Para Nina, o episódio foi uma lição. “Senti que minha luta por igualdade fez diferença, mas ainda há muito por avançar para que o reconhecimento seja pertinente para todas”, concluiu ela.