Brasil, 10 de setembro de 2025
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Misterioso objeto interestelar muda de forma e cor

A imagem recente do objeto 3I/ATLAS revela transformações intrigantes enquanto se aproxima da Terra.

O intricado comportamento do objeto interestelar 3I/ATLAS tem atraído a atenção da comunidade científica. Imagens recentes capturadas por uma equipe de astrônomos austríacos revelaram que, à medida que ele se aproxima do nosso Sistema Solar, suas características não apenas mudam de forma, mas também de cor. O que antes era um brilho avermelhado agora apresenta um tom verde.

Transformações inusitadas capturadas por astrônomos

Durante um eclipse lunar total em 7 de setembro, os cientistas conseguiram registrar imagens detalhadas do cometa 3I/ATLAS a partir dos céus escuros da Namíbia. Através da combinação de múltiplas exposições em luz azul, verde e vermelha, foi possível observar a rica coma gasosa que envolve o objeto.

Segundo a equipe do telescópio ATLAS, a nuvem de luz ao redor de 3I/ATLAS apresentou um crescimento mais rápido quando o objeto estava distante do sol, desacelerando à medida que se aproximava. Essa mudança é atribuída à transição do objeto, que passou a refletir luz solar sobre partículas de gelo brilhantes, em vez de apenas poeira vermelha.

Significado da mudança de cor

O professor de física da Universidade de Harvard, Avi Loeb, comentou sobre a transformação de cor do 3I/ATLAS, sugerindo que a produção crescente de cianeto (CN) pode ser a chave para entender esse fenômeno. O Very Large Telescope detectou que o objeto está emitindo cianeto a uma taxa de 20 gramas por segundo.

Loeb explicou que, conforme o 3I/ATLAS se aproximava do sol, estava liberando quantidades significativamente maiores de cianeto e níquel, o que consequentemente levou ao surgimento de uma coma gasosa mais brilhante. À medida que o objeto se aproximou do sol, a emissão de níquel aumentou de forma acentuada, seguindo um padrão proporcional a sua distância do astro.

Perspectivas sobre a origem de 3I/ATLAS

As características únicas do 3I/ATLAS levaram alguns cientistas a especular sobre a possibilidade de ser uma sonda alienígena. Esta ideia é alimentada pelo seu grande tamanho, extrema luminosidade e pelo fato de não ter, até o momento, apresentado uma cauda típica de cometas. No entanto, os astrônomos austríacos afirmaram que a presença da coma observada em suas análises e a documentação da cauda pelo Telescópio Hubble contradizem essa teoria.

O astrônomo Michael Jäger declarou: “O objeto alcançou um ponto em que cometas ricos em gás normalmente começam a se tornar ativos. Notamos que, no início de setembro, a cauda começou a brilhar mais e, alguns dias depois, começamos a observar a formação da coma gasosa, evidenciada nas imagens”.

Diferenciação em relação a outros objetos interestelares

Diferentemente do primeiro objeto interestelar 1I/`Oumuamua, que não demonstrou sinais de emissão de gás ou poeira, nem do segundo, 2I/Borisov, que se comportou como um cometa típico, o 3I/ATLAS apresenta características incomuns, incluindo uma “anti-cauda”, mudanças extremas de cor e uma coma massiva. A divergência de suas atividades levanta questões sobre a sua natureza e possíveis explicações sobre sua composição.

A equipe de Loeb continuou a investigar evidências, incluindo a presença de níquel sem ferro, o que é atípico em cometas naturais. O que pode parecer trivial parece indicar processos industriais, sugerindo que a emissão de níquel no objeto poderia ser um vestígio de produção tecnológica.

Expectativas futuras para 3I/ATLAS

O 3I/ATLAS está previsto para fazer sua aproximação mais próxima da Terra em 19 de dezembro de 2025, a uma distância de aproximadamente 270 milhões de quilômetros, que é semelhante àquela entre nosso planeta e Marte. O monitoramento deste objeto intrigante continuará, à medida que os cientistas buscam entender seu comportamento melhor e esclarecer as peculiaridades observadas durante sua trajetória.

Por enquanto, a observação de 3I/ATLAS promete proporcionar novos dados e insights sobre a dinâmica dos objetos interestelares em nosso sistema solar, bem como sobre possíveis explicações para suas características únicas.

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