Brasil, 10 de setembro de 2025
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Meta é acusada de suprimir pesquisas sobre segurança infantil em realidade virtual

Funcionários alegam que a Meta ocultou estudos que apontavam riscos à segurança de menores em plataformas de realidade virtual.

A Meta foi alvo de novas denúncias nesta terça-feira, após alegações de funcionários atuais e antigos de que a empresa regularmente suprimia pesquisas internas que alertavam para sérios riscos à segurança infantil em suas plataformas de realidade virtual. As informações foram testemunhadas perante o Congresso pelos profissionais, que afirmam que a gigante das mídias sociais tentou esconder evidências preocupantes. Segundo relatos, após escrutínio no Congresso em 2021, a empresa contratou advogados para vazar, editar e até vetar estudos sensíveis sobre segurança, de acordo com seis pesquisadores.

Estratégias de manipulação de pesquisas e riscos à infância

Revelado inicialmente pelo The Washington Post, os documentos internos mostram que, após a vazação por Frances Haugen, ex-gerente de produtos da Meta, a empresa impôs novas restrições às pesquisas sobre tópicos sensíveis, como infância, gênero, raça e bullying. Além disso, a equipe jurídica teria tentado estabelecer uma “nega plausível” sobre os efeitos negativos dos produtos de realidade virtual da companhia sobre usuários jovens, especialmente menores de 13 anos.

“A Meta está ciente de que sua plataforma de RV é frequentada por menores. A Meta ignora deliberadamente esse conhecimento, apesar de ser óbvio para qualquer usuário”, afirmou Cayce Savage, ex-pesquisador da Meta, na audiência do Senado. Os documentos indicam que, em 2017, entre 80% e 90% dos usuários de salas virtuais poderiam ser menores de idade, apesar das restrições de idade.

Resposta da Meta e controvérsia

A Meta negou as acusações, com a porta-voz Dani Lever chamando as alegações de “narrativa predeterminada e falsa”, alegando que a empresa desenvolveu diversas proteções de segurança para usuários jovens. Ela declarou ao Post que a empresa apoia o trabalho de sua equipe de pesquisa, embora admita que há melhorias a serem feitas.

O ex-pesquisador Jason Sattizahn testemunhou que “é muito claro que a Meta é incapaz de se reformar sem ser forçada pelo Congresso”, ressaltando que a empresa teve diversas oportunidades de corrigir seus comportamentos, mas optou por não fazê-lo, seja por interesse financeiro ou por comprometimento com os lucros.

Repercussões e perspectivas

Especialistas avaliam que as alegações reforçam a necessidade de maior regulamentação sobre o setor de tecnologia, principalmente no que diz respeito à proteção de menores. O caso traz à tona dificuldades enfrentadas pelo Congresso e órgãos reguladores para fiscalizar grandes empresas de tecnologia, que frequentemente escondem ou minimizam riscos associados a seus produtos.

A discussão ocorre em um momento em que a Meta busca manter sua liderança no mercado, especialmente com a linha de dispositivos Quest, incluindo o headset Quest 3, que tem sido bem-sucedido apesar dos prejuízos financeiros na área de realidade virtual.

Para a sociedade, o cenário reforça a importância de uma vigilância contínua sobre as práticas de empresas que atuam com tecnologia e a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. Ainda não há previsão de ações concretas do Congresso para tratar dessas denúncias, mas o debate deve permanecer em evidência nos próximos meses.

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