O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para se deslocar a um hospital no próximo domingo, onde irá realizar um procedimento médico. Com a medida, a segurança será garantida através de escolta policial durante todo o trajeto.
A saúde do ex-presidente e suas restrições
Atualmente em prisão domiciliar, Bolsonaro precisa da permissão de Moraes para sair de casa, um direito que lhe foi concedido com a condição de que todos os seus deslocamentos sejam monitorados. Esta é a segunda vez que o ex-chefe do Planalto pede para deixar sua residência por questões de saúde desde que começou a cumprir a medida cautelar, algo que ocorreu há pouco mais de um mês.
O procedimento, que se refere à “exérese e sutura de hemangioma, linfangioma ou nevus”, consiste na remoção de lesões da pele. As lesões em questão incluem um nevo melanocítico do tronco que é uma pinta, além de uma neoplasia de comportamento incerto, que pode se caracterizar tanto como benigna quanto maligna.
Decisões do ministro Alexandre de Moraes
Em sua decisão, Moraes também determinou que Bolsonaro deve apresentar, em até 48 horas após o procedimento, um atestado de comparecimento ao STF, informando a data e os horários dos atendimentos realizados. Além disso, é importante ressaltar que todos os veículos que deixarem a residência do ex-presidente passarão por uma rígida vistoria.
A ida ao hospital acontece em um momento de intensas discussões jurídicas para Bolsonaro, uma vez que ocorrerá apenas dois dias após o término do julgamento da ação penal relacionada a uma alegada trama golpista. O ex-presidente é acusado de ter tentado um golpe de Estado, e o veredicto pode ter implicações significativas tanto para ele quanto para o cenário político nacional.
Histórico médico de Jair Bolsonaro
No mês passado, Bolsonaro havia sido autorizado a sair para uma série de exames médicos. O boletim médico emitido após esses procedimentos indicou persistência de esofagite e gastrite, além de uma “imagem residual” de infecções pulmonares recentes.
A saúde é um ponto sensível e frequentemente discutido pelos advogados de Bolsonaro, que têm enfatizado a fragilidade de sua condição médica. Na quarta-feira, o advogado Paulo Amador Bueno relatou que o ex-presidente apresenta crises de soluço intensas, o que torna sua situação física e emocional precária, especialmente em ambientes estressantes como o STF.
Reações familiares e aliados
Aliados e familiares do ex-presidente também relataram que ele voltou a apresentar crises de soluço e episódios de dispneia, ou falta de ar, nos dias que antecederam o início do julgamento. Esses problemas de saúde são atribuídos a uma esofagite provocada pelo último procedimento cirúrgico realizado em abril. Naquela ocasião, Bolsonaro passou pela sua sexta cirurgia devido à facada que recebeu em 2018 durante a campanha eleitoral. A cirurgia durou 12 horas e envolveu a desobstrução de parte do intestino.
Histórico de cirurgias
O histórico médico de Bolsonaro é extenso, refletindo as consequências das lesões que sofreu em 2018. Em um resumo de suas cirurgias:
- Cirurgia de emergência no Hospital de Juiz de Fora devido ao esfaqueamento.
- Transferência para São Paulo, onde realizou a cirurgia para desobstrução do intestino.
- Retirada da bolsa de colostomia.
- Correção de hérnia na cicatriz causada por uma das cirurgias mencionadas.
- Nova cirurgia para correção de hérnia de hiato, lidando com refluxo.
O último boletim médico após a cirurgião realizada em abril deste ano indicou que Bolsonaro se encontrava sem dor e seu quadro clínico estava “estável”. O ex-presidente segue sob acompanhamento médico, e a atenção à sua saúde continua sendo um tema relevante tanto para seus seguidores quanto para seus opositores.
Com a expectativa de que o procedimento no hospital ocorra de forma tranquilo, a política brasileira continua tensa, com o ex-presidente sob julgamento e enfrentando uma série de desafios pessoais e profissionais.
