Brasil, 10 de setembro de 2025
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Indiciamento de policiais pela morte de jovem em festa junina no Rio

Dois policiais foram indiciados pela morte de Herus Guimarães Mendes, ocorrida em uma festa junina na favela Santo Amaro, no Rio de Janeiro.

No dia 7 de junho de 2023, uma festa junina na favela Santo Amaro, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi marcada pela tragédia quando Herus Guimarães Mendes, um jovem de 29 anos, foi morto durante uma operação policial. O incidente gerou protestos e questionamentos sobre a atuação da polícia em eventos comunitários. Agora, um inquérito policial militar (IPM) resultou no indiciamento de dois policiais envolvidos na ação que culminou na fatalidade.

Detalhes do indiciamento

O inquérito da Corregedoria da Polícia Militar apontou o sargento Daniel Sousa Silva, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), como um dos indiciados. Durante o depoimento, ele confessou ter disparado 13 vezes após sua equipe ter sido alvo de tiros por criminosos da região. Ao todo, cinco pessoas também ficaram feridas durante a operação. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que agora aguarda a conclusão da investigação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Condução da investigação

O Ministério Público está realizando diligências para ouvir novas testemunhas e entender melhor o contexto do tiroteio. Já foram ouvidas cerca de 12 pessoas, incluindo familiares de Herus, e a Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/MPRJ) está conduzindo análises técnicas dos dados e registros coletados. Um modelo tridimensional do local do crime está sendo elaborado com tecnologia de alta precisão, o que poderá ajudar a esclarecer os fatos que levaram à morte do jovem.

Reações e consequências

A morte de Herus durante uma celebração tradicional na comunidade causou grande comoção. Os pais do jovem foram ao seu velório com uma foto dele e um crachá da empresa onde trabalhava, simbolizando não apenas a dor pela perda, mas também a necessidade de justiça. A ação policial durante a festa, marcada por disparos, foi duramente criticada, levantando questionamentos sobre a abordagem da PM em situações envolvendo civis.

Após o ocorrido, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou diversos comandantes da Polícia Militar, incluindo o do Bope e do Comando de Operações Especiais (COE). Três meses depois, no entanto, Aristheu de Goes Lopes, que era o comandante do Bope na ocasião, recebeu uma nova nomeação, gerando ainda mais controvérsias sobre a responsabilidade e a eficácia dos processos internos da corporação.

A dinâmica do evento e a atuação policial

Na madrugada em que a tragédia aconteceu, a comunidade de Santo Amaro celebrava uma festa junina, atraindo visitantes de outras regiões do Rio. O sargento Daniel Sousa, ao depor, alegou que os disparos realizados foram uma resposta ao ataque de traficantes, contrariamente à versão inicial divulgada pela PM, que afirmava que os policiais não haviam disparado. Essa contradição evidencia a necessidade de uma investigação rigorosa e transparente sobre o uso da força pela polícia em situações de vulnerabilidade e aglomerações civis.

Próximos passos na investigação

O Ministério Público está em fase de coleta de evidências e depoimentos adicionais antes de decidir sobre possíveis denúncias relacionadas ao caso. A situação em Santo Amaro serve de alerta sobre a importância de protocolos de segurança que priorizem a proteção da vida civil, especialmente durante eventos festivos onde a presença policial é necessária, mas deve ser conduzida com cuidado e respeito.

Com a análise de dados em andamento e um inquérito que continua a se desdobrar, espera-se que a verdade sobre a morte de Herus Guimarães Mendes seja revelada e que sua história contribua para um debate mais abrangente sobre a violência policial e a proteção dos direitos humanos no Brasil.

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