Brasil, 10 de setembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Fux diverge de colegas e provoca reações entre bolsonaristas

A defesa de Jair Bolsonaro enfrenta novos desafios no STF com o voto divergente do ministro Fux.

Na sessão desta quarta-feira, o ministro Luiz Fux não deverá livrar Jair Bolsonaro da possível condenação, mas seu longo voto pode fornecer munição política aos bolsonaristas que acusam o Supremo Tribunal Federal (STF) de persegui-lo. Fux anunciou sua intenção de divergir do relator do caso, Alexandre de Moraes, e surpreendeu ao defender a anulação total do processo, alegando “incompetência absoluta” do STF, ao acolher as preliminares das defesas que contestavam o julgamento do ex-presidente.

A polêmica posição de Fux

O posicionamento de Fux gerou polêmica, especialmente após sua afirmação de que os réus não teriam foro por prerrogativa de função. O deputado federal Alexandre Ramagem, um dos acusados, goza de foro privilegiado no STF, o que contraria a argumentação do ministro. Além disso, há uma jurisprudência clara do STF que afirma que ex-detentores de foro especial devem ser julgados pela Corte por crimes cometidos no exercício de seus mandatos, o que se aplica a Bolsonaro e aos ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres.

Reações dos colegas

Outros ministros da Primeira Turma notaram as contradições no voto de Fux, mas o ministro anunciou que não permitiria comentários ao seu voto. Essa posição gerou um ambiente tenso, onde os demais ministros mantiveram um silêncio significativo, evitando fazer contato visual com Fux e mantendo os microfones apagados durante a sessão.

Além das contradições apontadas, o voto de Fux apresenta outros problemas. Em março, ele havia concordado com a aceitação da denúncia contra Bolsonaro, mas agora está defendendo a anulação total do processo, o que implicaria sua própria posição anterior. Fux também ajudou a condenar centenas de extremistas que participaram dos atos de 8 de Janeiro, e esses indivíduos nunca tiveram prerrogativa de foro.

Impactos na defesa de Bolsonaro

A divergência de Fux não passou despercebida pelos advogados que acompanhavam o julgamento. Eles celebraram um dos momentos mais aclamados do voto, onde Fux criticou juízes que tentam agir como “agentes políticos”. Essa declaração ressoou com a narrativa dos bolsonaristas que acusam o STF e o ministro Moraes de uma suposta perseguição política contra o ex-presidente.

Stratégias dos parlamentares de extrema direita

Com o voto de Fux em andamento, parlamentares da extrema direita, incluindo o senador Flávio Bolsonaro, já se mobilizam para criar conteúdos que defensam o ex-presidente nas redes sociais. A avalanche de publicações e cortes nas redes sociais pode ter um impacto significativo na opinião pública e na narrativa política relacionada ao julgamento.

Enquanto o voto de Fux ainda não chega ao fim, o cenário continua a se desenvolver, com as potencialidades de uma poderosa narrativa política sendo moldadas a partir das controvérsias levantadas durante a sessão. A decisão da Primeira Turma do STF se torna cada vez mais crucial na definição não apenas do futuro legal de Jair Bolsonaro, mas também da dinâmica política no Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes