Brasil, 10 de setembro de 2025
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Divergência no julgamento pode favorecer réus, afirma professor

Wallace Corbo analisa o voto de Luiz Fux e suas implicações no julgamento dos réus do golpe de Estado.

O advogado e professor Wallace Corbo, que leciona na FGV Direito Rio e na UERJ, fez uma análise detalhada do voto do ministro Luiz Fux no julgamento dos réus envolvidos no núcleo central do golpe de Estado. A avaliação de Corbo revela que a divergência nas posições dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) está se mostrando mais acentuada do que o esperado inicialmente.

Voto divergente de Fux e suas implicações

De acordo com Corbo, enquanto a expectativa era de que o ministro fizesse uma apenas uma divergência moderada, a situação atual demonstra um cenário surpreendente. O advogado destaca que Fux está inclinando seu voto em direção a uma postura que pode favorecer as teses de defesa, incluindo a possibilidade de absolvição dos crimes contra o Estado. “Ele está votando dentro do esperado em relação a divergir, mas está divergindo mais do que se esperava semanas atrás”, afirma o professor.

Um dos aspectos mais debatidos por Fux é a eventual incompetência do STF para julgar o caso, algo que, se se tornar uma posição majoritária, pode reverter condenações já estabelecidas. “Se essa posição se tornasse majoritária, poderia haver um impacto significativo nas sanções impostas aos réus”, avalia Corbo. Contudo, ele ressalta que é improvável que essa linha de pensamento receba apoio dos demais ministros da Turma.

A dinâmica da divergência no julgamento colegiado

Corbo enfatiza que a divergência nas opiniões é um aspecto positivo para os réus, pois amplia o espaço para que teses de defesa sejam apresentadas. Essa dinâmica é uma parte essencial de um julgamento realizado por um colegiado, onde diferentes entendimentos trazem uma riqueza ao debate jurídico. “A divergência pode oferecer uma base, ainda que limitada, para eventuais recursos”, sugere o professor, reiterando a importância de um ambiente deliberativo no STF.

No entanto, ele adverte que, para que os réus tenham alguma chance de sucesso em um eventual recurso, mesmo que remota, seria necessário contar com pelo menos mais um voto divergente, o que poderá moldar o desfecho do caso.

Expectativas e possíveis resultados

A atual situação do julgamento gera uma variedade de expectativas. Para Corbo, a tendência de Fux pode indicar que os réus têm uma janela de oportunidades ao considerar a possibilidade de absolvição ou, pelo menos, a anulação das acusações. O professor conclui que a situação exige cautela e que todos os ângulos precisam ser analisados antes de se tirar conclusões definitivas.

Em meio a esse contexto, o debate em torno da atuação do STF e a sua capacidade de julgar casos tão emblemáticos se intensifica. As discussões que emergem desse julgamento não apenas influenciam o resultado do caso em particular, mas também têm implicações para a confiança do público na justiça e na independência do poder judiciário no Brasil.

Os próximos passos no julgamento e a reação dos outros ministros se tornarão fundamentais para entender a direção que o caso tomará nos próximos dias. A expectativa é de que o processo continue a atrair atenção nacional, despertando debates sobre a integridade do sistema judicial e seus impactos na democracia brasileira.

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