O cenário político brasileiro se agita mesmo em meio à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que realiza uma série de conversas estratégicas em busca de alinhar as candidaturas ao Senado para 2026. A situação do líder do PL, que está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF) por sua envolvimento em supostas tramas golpistas, exige ações rápidas e decisivas do partido.
A urgência das definições eleitorais
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, solicitou a realização de um novo encontro com Bolsonaro para discutir estratégias eleitorais, especialmente após o julgamento iminente do ex-presidente. Em prisão domiciliar, Bolsonaro já conta com votos de ministros proferindo condenação, o que acende um alerta no partido para definições urgentes nas candidaturas ao Senado, onde a pressão por alianças aumenta.
As incertezas sobre a liberdade de Bolsonaro, somadas ao agravamento do seu quadro de saúde, intensificam a necessidade de decisões que dependem de sua participação. Em um cenário eleitoral onde as candidaturas de pelo menos quatro estados estão em jogo – incluindo São Paulo e Santa Catarina – o PL precisa alinhar seus nomes rapidamente.
Os principais nomes da corrida ao Senado
Em São Paulo, o nome do secretário de Segurança do governo Tarcísio de Freitas, Guilherme Derrite, é quase certo para compor a chapa da direita. Entretanto, a escolha do segundo candidato ainda gera discussão entre integrantes da bancada evangélica. De um lado, há apoios à candidatura do deputado Marco Feliciano, enquanto Bolsonaro também demonstra interesse em promover uma aliança com Cezinha de Madureira, do PSD, que pode atrair o eleitorado de centro.
Cezinha, ex-coordenador da bancada evangélica na Câmara, é visto como um aliado potencial para Bolsonaro, especialmente considerando sua habilidade de dialogar com o governo Lula, o que pode suavizar tensões políticas e ampliar o espectro de apoio.
Eduardo Bolsonaro e o cenário conturbado
No primeiro encontro entre Valdemar e Bolsonaro, foi destacado que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, visto como favorito, encontra-se nos Estados Unidos e pode ter seu mandato ameaçado devido a faltas. Isso complica o planejamento da chapa paulista, já que há receios em torno de sua possível prisão ao retornar ao Brasil, dada a investigação que enfrenta.
Desafios em outros estados
Além de São Paulo, a situação limita-se em Santa Catarina, onde a candidatura de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, é esperada, sendo necessário escolher entre o senador Esperidião Amin e a deputada Carolina de Toni para a segunda vaga, com Amin levando vantagem por sua capacidade de atrair eleitores. Em Minas Gerais, a disputa é acirrada entre os deputados Domingos Sávio e Eros Biondini; no entanto, a viabilidade de ambos é questionada, o que objetiva uma busca por alianças com partidos externos.
As movimentações em Mato Grosso também são intensas, com o governador Mauro Mendes recebendo suporte de Bolsonaro em meio à disputa entre José Medeiros e Janaína Riva, ambos do PL. Riva, em particular, é vista como uma forte concorrente entre as mulheres, o que pode impactar a dinâmica da corrida.
A importância de definir alianças
Os encontros frequentes entre Costa Neto e Bolsonaro demonstram que o PL deseja manter o ex-presidente como figura central em sua estratégia eleitoral. Alinhar candidaturas estaduais e chapas proporcionais é crucial para maximizar a força do partido nas próximas eleições, especialmente considerando o cenário conturbado de seu líder.
À medida que o país se prepara para novas eleições, a habilidade de Bolsonaro e do PL em manobrar políticas e formar alianças será testada, enquanto a história política do Brasil continua a se desdobrar em várias frentes.