Brasil, 12 de setembro de 2025
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Reação contrária ao suposto projeto de banimento de armas para transgênero nos EUA

Estadistas, organizações e defensores questionam a tentativa do governo de restringir o direito de possuir armas com base na identidade de gênero.

A possibilidade de o governo dos Estados Unidos analisar a implementação de uma proibição de armas para pessoas transgênero tem gerado forte repercussão nos últimos dias. Segundo fontes que conversaram com CNN e ABC News, autoridades do Departamento de Justiça consideram a possibilidade de vetar a concessão de armas a indivíduos com diagnóstico de disforia de gênero, alegando que isso poderia enquadrá-los na categoria de pessoas “adjudicadas como mentalmente defeituosas”.

Debate interno no Departamento de Justiça e contexto recente

De acordo com informações obtidas pelo ABC News, representantes do DOJ discutiram a possibilidade de usar o diagnóstico de disforia de gênero como motivo para negar a posse de armas. A discussão ocorre após o massacre em uma igreja em Minneapolis, no qual Robin Westman, uma mulher trans, matou duas crianças e feriu 21 pessoas antes de se suicidar. A suspeita de que a autora fosse uma mulher trans foi confirmada por fontes da ABC News.

Embora o debate seja recente, ele amplia uma série de ações adversas aos direitos trans adotadas pela administração de Donald Trump, que já havia anunciado a definição de apenas dois gêneros, proibição de trans na força militar e restrições relativas ao reconhecimento de trans mulheres em instituições culturais.

Dados conflitantes sobre armas e a participação de transgêneros

Enquanto a discussão ganha força no governo, estudos indicam que a grande maioria dos crimes envolvendo armas são cometidos por homens cisgênero. Analistas estimam que transgêneros representam entre 0,11% a 2% dos autores de homicídios em massa, com dados mostrados por Reuters e outros órgãos de verificação.

Mark Bryant, diretor executivo da Gun Violence Archive, afirmou à CNN que de mais de 5.700 tiroteios em massa nos EUA desde 2013, apenas cinco foram realizados por pessoas trans. Segundo uma porta-voz da GLAAD, “em vez de soluções, o governo escolhe mais uma vez criminalizar e responsabilizar uma população vulnerável”.

Reações e críticas à proposta

Organizações de direitos civis e movimentos sociais rapidamente se manifestaram contra a possível medida. Uma representante da GLAAD afirmou: “Todos merecem ser quem são, estarem seguros e livres de violência.”

Nas redes sociais, diversos usuários questionaram a incoerência dessa estratégia, ao lembrar que a maioria dos atiradores em massa são homens cisgênero — e que a tentativa de impedir que pessoas trans possuam armas não teria impacto na redução dessas tragédias. Uma pessoa comentou: “Se um atirador trans mata crianças, por que tirar armas de todos os trans? E um anti-vaxxer que tenta atirar no CDC, por que não tirar armas de antivacinas?”

Declarações oficiais e o caminho à frente

Em nota à ABC News, um porta-voz do Departamento de Justiça afirmou que “estão sendo avaliadas medidas para prevenir a violência, especialmente de indivíduos com problemas de saúde mental e dependência química, mas nenhuma proposta específica foi apresentada até o momento”.

Especialistas apontam que essa tentativa de restringir armas a transgêneros reforça uma narrativa de discriminação e desvio das causas reais de violência social, que envolvem acesso fácil às armas, negligência em sinais de violência ou crises de saúde mental e descontrole de fatores de risco como abuso e dependência.

Repercussões políticas e otimismo em meio ao debate

Além do confronto interno no governo, a questão reacende o debate sobre os direitos civis de transgênero nos EUA. Grupos de defesa dos direitos humanitários continuam lutando contra a criminalização e ressaltam que medidas como essa apenas alimentam o discurso de ódio e exclusão. Os críticos reforçam que, na prática, o foco deve estar na implementação de leis que promovam a segurança de toda a população, sem discriminação por identidade de gênero.

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