Ryan Gellert, CEO da Patagonia, destacou nesta terça-feira (15) que a possível revogação da Resolução das Áreas Sem Estradas, nos Estados Unidos, coloca em risco milhões de acres de florestas e áreas selvagens protegidas desde 2001. A proposta, anunciada pelo governo de Donald Trump, visa facilitar a exploração de recursos minerais e madeireiros, contrariando uma das políticas de conservação mais relevantes do país.
Projeto de revogação atinge áreas protegidas e comunidades
O governo dos EUA tenta justificar a medida alegando necessidade de manejo responsável das florestas e combate aos incêndios florestais. No entanto, críticos alertam que a iniciativa, que é uma tentativa de retirar restrições existentes, abriria espaço para exploração industrial em regiões de enorme valor ecológico, cultural e recreativo. Segundo Gellert, a revogação ameaça o habitat de espécies selvagens e os direitos dos povos indígenas, que terão suas terras ancestrais expostas a mineração e desmatamento sem consulta adequada.
Impactos econômicos e ambientais
Mais de 150 milhões de visitantes utilizam as áreas protegidas anualmente, gerando cerca de US$ 13,7 bilhões e sustentando 161 mil empregos. Essas áreas também fornecem água limpa para milhões de americanos e funcionam como sumidouros de carbono essenciais na luta contra as mudanças climáticas. A remota possibilidade de exploração mineral e logging pode destruir trilhas, rotas de rafting e locais de escalada que sustentam comunidades próximas e a economia regional.
De acordo com especialistas e organizações ambientais, a medida favorece corporações de mineração, madeira e combustíveis fósseis, deixando de lado a importância da conservação e do equilíbrio ecológico. A Patagonia reforça que proteger as florestas não é apenas uma questão ambiental, mas uma estratégia vital de sustentação social e econômica para o país.
Preocupações com o futuro das áreas públicas
O CEO da Patagonia afirma que ações como essa comprometem o compromisso global de reduzir emissões de carbono e preservar a biodiversidade. “Reverter o status de áreas sem estradas é um passo atrás na proteção do nosso patrimônio natural e das comunidades que dele dependem”, declara Gellert. A organização apela para que a sociedade e o governo resistam às pressões de setores que querem explorar recursos naturais sem considerar os impactos de longo prazo.
Enquanto isso, organizações ambientais continuam mobilizando against a reversão da política, considerando que o futuro das terras públicas americanas está em jogo e que sua preservação é essencial para um planeta mais saudável e justo.