Brasil, 11 de setembro de 2025
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Papa Leão XIV exorta o diálogo inter-religioso em encontro em Bangladesh

A mensagem do Papa promove paz e fraternidade entre diferentes tradições religiosas, destacando a importância do diálogo.

Em uma inspiradora mensagem aos participantes do encontro inter-religioso “Promovendo uma Cultura da Harmonia”, que ocorre em Bangladesh, o Papa Leão XIV exortou os presentes a agirem como “jardineiros” que cultivam a fraternidade e eliminam “as ervas daninhas do preconceito”. O evento, que se desenrola entre 6 e 12 de setembro, é organizado pela Nunciatura Apostólica e pela Conferência Episcopal de Bangladesh, e contou com a presença do cardeal Koovakad, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso.

A visão de uma única comunidade

Em sua mensagem, o Papa ressaltou a importância da paz, afirmando que ela deve ser uma busca coletiva, realizada como “uma família”. Ele elogiou a escolha do tema do encontro, que reflete “o espírito de abertura fraterna” que muitos tentam cultivar através do diálogo. Essa perspectiva está alinhada à crença de que a humanidade forma “uma única” comunidade, unida em sua origem e destino sob Deus, conforme enfatizado na Nostra Aetate, a declaração do Concílio Vaticano II sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs.

“Como uma única família, partilhamos a oportunidade e a responsabilidade de continuar nutrindo uma cultura de harmonia e paz.”

Cultivando uma cultura de harmonia

Leão XIV pediu que o conceito de cultura seja entendido de forma ampla, não apenas como um conjunto de artes e ideias, mas como um ambiente que propicia o crescimento. Assim como um ecossistema saudável permite que diferentes espécies coexistam, ele acredita que uma sociedade saudável promove a convivência pacífica entre comunidades diversas. O Papa enfatizou que cultivar essa cultura exige fornecer a “luz da verdade, a água da caridade e o solo da liberdade e da justiça”. Em contrapartida, quando a harmonia é ignorada, o preconceito e os extremismos podem prosperar, levando à divisão.

“Juntos, como companheiros no diálogo inter-religioso, somos como jardineiros que cuidam deste campo de fraternidade, ajudando a manter fértil o diálogo e a extirpar as ervas daninhas do preconceito.”

Construindo confiança e compreensão

O Papa também fez questão de destacar que diferenças de fé ou origem não devem separar as pessoas. Ao contrário, o encontro entre amigos e a prática do diálogo devem ser vistos como instrumentos para combater a divisão, o ódio e a violência. Ele apelou para a promoção da confiança, compreensão e reconhecimento das diferenças como oportunidades de enriquecimento mútuo.

“Onde outros semearam desconfiança, escolhemos a confiança; onde outros poderiam alimentar o medo, nós trabalhamos pela compreensão; onde outros veem as diferenças como obstáculos, nós as reconhecemos como caminhos de enriquecimento recíproco.”

Experiências concretas de unidade

Para construir uma cultura de harmonia, o Papa sugeriu que é vital compartilhar experiências práticas, além de ideias. Ele lembrou que a verdadeira religião deve se manifestar pela solidariedade, enfatizando a importância de ações concretas que ajudem a unir as comunidades. Leão XIV observou que Bangladesh já é um exemplo onde pessoas de diferentes credos se uniram em ações durante calamidades, criando laços de solidariedade que superaram as barreiras religiosas.

“Quando nosso diálogo se traduz em ações concretas, uma mensagem poderosa ressoa: a paz, não o conflito, é nosso maior sonho, e construí-la é uma tarefa que enfrentamos juntos.”

A civilização do amor

Ao concluir sua mensagem, o Papa reafirmou o compromisso da Igreja Católica em trabalhar ao lado das comunidades locais, enfatizando que cada gesto de diálogo, seja um debate em grupo ou um pequeno ato de cortesia, são “tijolos” na construção daquilo que São João Paulo II denominava a “civilização do amor”. Leão XIV ofereceu seu afeto e orações a todos, desejando paz e harmonia não só para Bangladesh, mas para o mundo inteiro.

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