O caso que abalou Ribeirão Preto (SP) segue em destaque nas cortes de Justiça, com o médico Luiz Antonio Garnica, acusado de planejar a morte de sua esposa, a professora Larissa Rodrigues, tendo a audiência de instrução se iniciado na última terça-feira (9). Desde sua prisão em maio, Garnica nega todas as acusações e, segundo seu advogado, vive momentos de intensa angústia na prisão.
A defesa de Garnica e suas alegações
O advogado Júlio Mossin compartilhou que seu cliente “chora todo dia” por perder a esposa e por estar preso, além de mencionar outros traumas pessoais. De acordo com o Ministério Público e a Polícia Civil, Garnica teria contado com a ajuda de sua mãe, Elizabete Arrabaça, para envenenar Larissa com a substância tóxica conhecida como chumbinho. Ambas as partes estão encarceradas, com a mãe sendo acusada de ter agido como executora do crime, que, segundo a investigação, teria motivações financeiras e familiares. A acusação alega que a intenção era evitar que Larissa conseguisse a partilha de bens ao se divorciar de Garnica.
As circunstâncias envolvidas no crime
Segundo os detalhes apresentados pelo Ministério Público, a pressão financeira foi um fator significativo neste trágico desenrolar. Garnica e sua mãe estavam enfrentando dívidas e, após a morte de Larissa, o médico acionou um seguro para quitar o financiamento do apartamento onde vivia com a vítima. Além disso, a denúncia inclui acusações de que Garnica tentou movimentar a conta bancária da esposa.
Embora a defesa de Garnica sustente que ele não possui responsabilidade no crime e que sua mãe agiu sozinha, o cenário se complica quando se considera a relação conturbada entre o casal. Investigadores revelaram que Larissa havia descoberto a traição de Garnica pouco antes de sua morte e havia manifestado a intenção de buscar um advogado para iniciar o processo de divórcio. Isso alimenta a tese de que a motivação para o crime foi, de fato, a preservação de bens materiais.
Desdobramentos judiciais e audiências
As audiências estão programadas para ouvir um total de 24 testemunhas, que podem trazer mais informações sobre os eventos que culminaram na morte de Larissa. As investigações priorizam a interação entre Garnica e sua mãe no planejamento e execução do crime, além da análise de mensagens trocadas entre os envolvidos, que podem indicar uma conivência entre eles.
Provas e acusações
Um laudo toxicológico confirmou a presença de chumbinho no organismo de Larissa, e a acusação sugere que o envenenamento ocorreu de forma gradual, tentando fazer parecer que a professora estava sofrendo de uma intoxicação natural. A defesa, por sua vez, argumenta que não há provas concretas que liguem Garnica à morte de Larissa de maneira direta.
A questão do acompanhamento da localização por GPS também se torna central neste caso. Dados indicam movimentos de Garnica e sua mãe na véspera da morte de Larissa, gerando suspeitas sobre a veracidade das versões apresentadas. O advogado de Garnica argumenta que Elizabete esteve no apartamento da nora por muito mais tempo do que o registrado, sugerindo que poderia haver outros fatores em jogo.
O impacto do caso na sociedade
O caso da professora Larissa Rodrigues não apenas expõe as questões familiares e patrimoniais em jogo, mas também levanta discussões sobre feminicídio e os riscos que mulheres enfrentam nas relações amorosas. O feminicídio é uma questão tão premente no Brasil, e casos como o de Larissa revelam a necessidade de uma observação mais atenta e eficaz para prevenção e proteção das vítimas.
Conforme a audiência prossegue, a sociedade brasileira aguarda para ver quais novas informações surgirão e como isso afetará os desdobramentos legais enfrentados por Garnica e sua mãe. Este trágico evento serve como um lembrete sombrio das complexidades nas relações humanas e das consequências que podem advir de conflitos não resolvidos.
Enquanto isso, as redes sociais continuam a acompanhar de perto o caso, com diversas atualizações que refletem a indignação e a solidariedade em relação à vítima e sua família.
Para mais detalhes sobre o caso e outras notícias, você pode conferir o canal do g1 Ribeirão e Franca.