Grandes redes supermercadistas europeias, como Tesco, Sainsbury’s e Aldi, assinaram uma carta nesta sexta-feira (5) pedindo às empresas de comercialização de grãos que não adquiram soja proveniente de áreas desmatadas no Brasil. A iniciativa ocorre três semanas após a suspensão do acordo da Moratória da Soja pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Relevância da Moratória da Soja
Assinada em 2006, a Moratória da Soja visa proteger a floresta amazônica ao estabelecer que tradings de soja não comprem de produtores que tenham desmatado áreas na região depois de julho de 2008. O objetivo é evitar a devastação ambiental e preservar o bioma.
Pedido dos varejistas e preocupações com o futuro do acordo
Na carta, as redes de supermercados pedem aos CEOs das principais empresas de trading — como ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus Company e a chinesa Cofco — que reafirmem publicamente a data de 2008 como limite para a proibição de compra de soja de áreas desmatadas. Segundo a carta, o momento é crítico para o futuro da Moratória, que por quase duas décadas tem sido um pilar na preservação da Amazônia.
A preocupação dos varejistas visa a continuidade do compromisso de defesa do meio ambiente na cadeia de suprimentos. “Estamos escrevendo a vocês em um momento crítico para o futuro da Moratória da Soja na Amazônia, uma iniciativa que suas empresas têm defendido, protegendo a Amazônia por quase duas décadas”, destacaram em trecho da carta, que teve como fonte a agência de notícias Reuters.
Ameaças à moratória e a decisão do Cade
A suspensão do acordo pelo Cade representa uma ameaça à efetividade do compromisso ambiental, segundo avalia o texto. As tradings ainda não responderam oficialmente aos pedidos de comentários feitos pela Reuters. Os varejistas também apontaram que apoiam os esforços dos traders para recorrer da decisão judicial que suspendeu temporariamente a moratória, por entender que medidas como essa são essenciais para eliminar incertezas no mercado.
Medidas futuras e busca por segurança ambiental
Caso a moratória venha a ser suspensa definitivamente, os supermercados afirmaram que aguardam que os traders implementem imediatamente medidas provisórias de conformidade até que uma solução duradoura seja encontrada para proteger a floresta. Dessa forma, tentam garantir que o abastecimento de soja continue alinhado ao compromisso de sustentabilidade e preservação ambiental.
Perspectivas para o plantio e desafio climático em MT
Além do cenário internacional, um fator climático pode atrasar o início do plantio de soja em Mato Grosso, uma das principais regiões produtoras do Brasil. Segundo especialistas, o tempo seco previsto deve impactar a data de início da safra na região, aumentando a complexidade do ciclo agrícola neste ano. Para mais detalhes, veja a reportagem completa no site do G1.