O Supremo Tribunal Federal (STF) está adotando um esquema de segurança reforçado para a segunda semana de julgamentos relacionados à tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022. Entre os réus estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete de seus aliados. O tribunal se posiciona com medidas rigorosas que garantirão não apenas a segurança durante o julgamento, mas também a proteção das instituições democráticas.
Medidas de segurança implementadas
Iniciado na última terça-feira, o julgamento deve se estender até a próxima sexta-feira. As medidas especiais de segurança incluem o fechamento da Praça dos Três Poderes e o destacamento de tropas da Polícia Militar, especialmente do Bope e do COT da Polícia Federal. Também serão instalados novos pórticos de detecção de metais nas entradas do STF, aumentando o rigor na segurança.
Além disso, a presença de viaturas e um policiamento ostensivo nos arredores do STF será intensificada, com policiais da Polícia Judicial e de outros tribunais destacados para Brasília. Parte desse efetivo, incluindo 30 guardas vindos do Rio e de São Paulo, já está alojada nas dependências da Corte desde o início da semana.
Tecnologia e inovação na segurança
As medidas de segurança vão além da presença de agentes de segurança. O uso de cães farejadores e drones de monitoramento com capacidade de imagem térmica é parte do plano elaborado para garantir a segurança do julgamento. Esses drones permitirão varreduras diárias, tanto diurnas quanto noturnas, possibilitando a detecção de movimentos ou objetos a grandes distâncias, mesmo sem iluminação.
Essas estratégias de segurança são precedidas por um protocolo de vigilância elevado que, no STF, foi utilizado apenas em situações de grave risco, como no julgamento do mensalão. O contexto atual, marcado pela coincidência do julgamento com a data do 7 de Setembro, que tradicionalmente é palco de manifestações políticas, reforça a necessidade de tais precauções. Além disso, eventos anteriores, como a explosão de um artefato caseiro na Praça dos Três Poderes em 2022, aumentam as preocupações em relação à segurança institucional.
Expectativas e operações integradas
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal está desenvolvendo uma operação integrada com a Polícia Judicial do STF. Essa operação envolve uma célula de inteligência que realizará monitoramento constante de redes sociais e análise em tempo real de qualquer movimento suspeito. O objetivo é garantir uma resposta rápida a qualquer situação que possa causar tumulto, mantendo a ordem durante um dos julgamentos mais significativos da história recente da Corte.
Com todas essas medidas, o STF busca não apenas proteger o ambiente do julgamento, mas também a integridade das suas funções e a segurança dos seus membros. A sociedade deve estar atenta às próximas movimentações e desdobramentos desse importante caso que, pela primeira vez, envolve um ex-presidente na condição de réu por acusações de tentativa de golpe de Estado.
O julgamento e suas consequências serão acompanhados de perto, pois poderá impactar profundamente o futuro político do Brasil e o entendimento da justiça em relação a crimes contra a democracia.